Ela mais uma vez
E veja aqui a galeria de fotos do espectáculo.
Mais informações no sítio da ACERT
a tresvariar desde 2005
Hoje mais uma visita às Companhias Profissionais de Teatro que circulam por este país, fora de Lisboa e Porto. Hoje aportamos a Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, à sede do Teatro ao Largo, companhia fortemente itinerante e de rua, com espectáculos de cariz cómico e para todo o público. Fundada por Steve Jonhston, um Inglês que se radica no Alentejo com a sua companheira, Pureza Pinto Leite, em 1994, que adapta grandes autores e peças clássicas e dá-lhes um cunho virado para a comédia dell'arte, o teatro de vaudeville, o punch&judy inglês (robertos sempre à cacetada). Conhecida em todo o país pelas viagens sempre constantes, o Teatro ao Largo mantém a sua estrutura nestas personalidades e na utilização de um palco móvel (uma carroça) com cortina por detrás (ao contrário dos teatros de sala), e um teatro que se monta em qualquer praça ou sítio exterior e depois desmonta-se, com luzes, som e bancadas para o público. Um teatro que nos faz rir e pensar, que tem uma energia sempre infinita, uma interação com o público muito forte, onde o improviso, o cão que ladra, o bêbedo que se mete com os actores está sempre presente. Teatro ao vivo, sem rede e com a dose certa de imponderabilidade. Para saber mais, onde efectuam os espectáculos, têm de consultar o site http://www.teatroaolargo.com/
Hoje falo-vos do Teatro "O Bando", companhia das mais estimulantes em termos criativos, original, com um cunho muito forte de sensibilidade, carinho e uma relação com o espaço (e com a terra) bastante intensa. Nascido a 15 de Outubro de 1974, vai comemorar dentro de dias o seu 33º aniversário. Inicialmente nasceu de um grupo de amigos que decidiram formar um colectivo forte, com preocupações pedagógicas, sociais e políticas. Começaram apenas como uma Companhia de Teatro para a Infância e Juventude, com uma preocupação de itinerância bastante forte. Um dos pontos altos do grupo surgiu ainda nos anos 70, quando realizam uma digressão por Trás-os-Montes, onde fazem animação cultural com as populações das aldeias locais. Além disso, com as associações culturais e grupos de teatro locais, fazem uma troca de conhecimentos e de partilha de saberes que deixou uma marca profunda em ambos. João Brites, um dos fundadores e actualmente director artístico e encenador realça esse facto para o crescimento d'O Bando. Após muitos espectáculos e digressões, passam a realizar espectáculos também para o público adulto, num esforço de pesquisar novos rumos e dramaturgias. Importante marca d'O Bando são as máquinas de cena, objectos feitos propositadamente para os espectáculos, desde pequenas a grandes dimensões. Além disso, os textos para cena são adaptados de romances, contos, novelas, com uma linguagem muito particular. O Bando gosta de actuar em locais não convencionais, como jardins públicos, autocarros, comboios, em castelos, em barragens. Por isso, a mudança, desde 1998 para o espaço da Quinta de Vale de Barris, em Palmela, no meio do campo, das oliveiras, da encosta da Serra, dos animais e do frio do inverno (aquecido à lareira).
Como a nova temporada está a começar, volto novamente ao teatro, após ontem ter falado das Companhias de Cascais e Sintra. Hoje passamos o tejo, pela ponte ou de barco e aportamos a Almada, um Concelho com imensas companhias, graças tudo à importância do Festival de Almada, organizado há mais de 20 anos pela Companhia de Teatro de Almada (ex- Teatro de Campolide, em 1971). Depois de estarem em Lisboa, decidiram-se mudar para a margem sul do tejo, em 1978, com o desejo de uma descentralização teatral numa terra operária e sequiosa de eventos culturais. A CTA, fundada por Joaquim Benite e ainda hoje o seu Director Artístico e Encenador, é uma importante companhia, agora com novas instalações (o belíssimo Teatro Municipal de Almada), que tem desenvolvido um repertório universal, indo do clássico ao contemporâneo, do mais popular ao mais "underground". Vale apena ir a Almada ver o novo espaço de Teatro, um dos mais bem equipados do país e projectado pelos Arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, em que o 1º colabora regularmente na cenografia dos espectáculos da CTA. Ou seja, houve um cuidado com a acústica e uma construção pensada para fazer teatro com as melhores condições. Mas também vale a pena ver a Companhia, o seu rigor no fazer teatral e em Julho (de 4 a 18) não perder o Festival Internacional de Teatro de Almada, o mais importante festival de teatro em Portugal, não só pelas Companhias que traz (da Argentina, Chile, Brasil, México, Angola, Tunísia, África do Sul, mas também de toda a Europa), mas pela reunião de um grande número de pessoas que vivem e vibram com o teatro. Depois, há encontros com os artistas, encenadores, críticos, técnicos, uma panóplia de eventos associados que se torna imperdível. Consultem o site http://www.cta.pt/ para saberem mais. De referir ainda os nomes de António Assunção (Duarte e Companhia da TV) e Canto e Castro (grande actor de teatro e de muitas séries, filmes e novelas), já falecidos, mas que fizeram parte da CTA.
a Companhia, é bem mais antiga, mais conhecida e divulgada, o que não significa maior qualidade que a anterior. Actuam no Teatro Mirita Casimiro, no Estoril e são o TEC - Teatro Experimental de Cascais, dirigidos por Carlos Avilez, que durante anos acumulou o cargo com o de director do Teatro Nacional Dona Maria II. O TEC nasceu em 1965, sendo por isso das mais antigas companhias independentes no país, só superada pelo TEP - Teatro Experimental do Porto, que é mais antigo, pois foi fundado em 1953, na altura do saudoso António Pedro, o 1º encenador moderno e profissional em Portugal.
Em Queluz, Concelho de Sintra, existe a Companhia Teatrosfera desde 1995, fundada por profissionais que tinham trabalhado em Companhias da capital, como Paula Sousa, Paulo Oom e Teresa Faria, entre outros. têm um repertório virado para a infância, mas também com textos contemporâneos de índole social e multicultural. mais informações em http://www.teatroesfera.com/.