Silêncio Demasiadamente Ruidoso
Regurgito o silêncio. O mal de estar só. Estou apaixonado pelas nuvens e no entanto,
elas dissipam-se. Corri atrás do teu abraço, estatelei-me ao comprido nessa pressa de ficar.
De joelhos esfolados e cara lavada em sal de lágrimas da demasia do meu coração, apertei-te
no escuro daquela colina. Tão perto e tão longe de ti! Sufoquei a minha mágoa, mas a morte
era já tua. Deambulei pelo riacho, meti a cabeça dentro de água para resfriar afectos, mas só
te via a ti, essa lívida face de estrondo em demanda circular. Arrastei-me pela névoa dentro,
só o frio fazia companhia aos meus ossos, só eles tinham vida e acção. Tudo o resto era mar,
ondas de paixão, frenéticos movimentos ondulatórios e um turbilhão de saudades. Quero-te
tanto, amor. Sim, palavra furtiva e incandescente. Rasuras a emoção em milésimos de segundo!
E agora, recalcitro o aparato, a prolixidade de te não ver nem compreender. Merda de vida, merda de pesadelo da paisagem, merda em decúbito dorsal, em mim mesmo derramada na
outonal ideia de querer a felicidade. Estou com o corpo mordido por insectos que me sugam
o sangue, já nada resta neste interior. Nem pranto nem melopeia sentimental. Só carne e espectros. Jazem abandonadas na paisagem restos de ciúme, sucata velha e carcomida de pecado. Já não mora ao lado a sedução primeva. No jardim abandonado, cacos e rostos sibilinos, tranças e soporíferos, poluição em barda. Há orquídeas que se esqueceram de ser selvagens e duendes que cresceram em demasia. Só eu, perdido no teu retrato inconstante, tento amparar a queda dos impérios antiquíssimos. Há horas em que o porvir dilacerado abre fendas na fealdade dos homens, seres em demasia na circunvalação dos desejos. Prata esquálida e reluzente, motociclos em planetas distantes e o dislate da fruição. Perco-me nas rotundas do sonho e embriago a realidade sensível na minha breve fúria demasiado ruidosa.
elas dissipam-se. Corri atrás do teu abraço, estatelei-me ao comprido nessa pressa de ficar.
De joelhos esfolados e cara lavada em sal de lágrimas da demasia do meu coração, apertei-te
no escuro daquela colina. Tão perto e tão longe de ti! Sufoquei a minha mágoa, mas a morte
era já tua. Deambulei pelo riacho, meti a cabeça dentro de água para resfriar afectos, mas só
te via a ti, essa lívida face de estrondo em demanda circular. Arrastei-me pela névoa dentro,
só o frio fazia companhia aos meus ossos, só eles tinham vida e acção. Tudo o resto era mar,
ondas de paixão, frenéticos movimentos ondulatórios e um turbilhão de saudades. Quero-te
tanto, amor. Sim, palavra furtiva e incandescente. Rasuras a emoção em milésimos de segundo!
E agora, recalcitro o aparato, a prolixidade de te não ver nem compreender. Merda de vida, merda de pesadelo da paisagem, merda em decúbito dorsal, em mim mesmo derramada na
outonal ideia de querer a felicidade. Estou com o corpo mordido por insectos que me sugam
o sangue, já nada resta neste interior. Nem pranto nem melopeia sentimental. Só carne e espectros. Jazem abandonadas na paisagem restos de ciúme, sucata velha e carcomida de pecado. Já não mora ao lado a sedução primeva. No jardim abandonado, cacos e rostos sibilinos, tranças e soporíferos, poluição em barda. Há orquídeas que se esqueceram de ser selvagens e duendes que cresceram em demasia. Só eu, perdido no teu retrato inconstante, tento amparar a queda dos impérios antiquíssimos. Há horas em que o porvir dilacerado abre fendas na fealdade dos homens, seres em demasia na circunvalação dos desejos. Prata esquálida e reluzente, motociclos em planetas distantes e o dislate da fruição. Perco-me nas rotundas do sonho e embriago a realidade sensível na minha breve fúria demasiado ruidosa.
2 Comments:
... Olá...já por cá passate, já sabes do que falo. Sim são dois anos, nem me tinha dado conta...(Orgulhosamente resistente... mas com alguns calhaus no saco.)vou com tempo visitar o teu blog...merece tempo. Beijo L*
És persistente, com os calhaus no teu saco de memórias. Que bom visitares este blog das hediondas criaturas, a começar por mim!
Beijo oddm*
Enviar um comentário
<< Home