19 de outubro de 2007

Breve Encontro

Falta-me o tempo das acácias para morrer. Delirar no espasmo, só,
abatido no momento perpétuo da tua mão. Nas fímbrias do mar,
músicas da tempestade e inércia ao acordar no teu olhar. Passeias
pela fresca água da fonte dos desejos, esbracejas o sol na tua vida.

Perco-me de ti nas ruelas do vagaroso pranto em que me encontro,
pórticos sem glória e um desalinhado encanto de te encontrar.
Na harmoniosa sombra da idílica viagem, há odores semióticos,
narcísicas plantações de pés desnudos e alvos. Há um brilho no
teu cabelo de prata e sangue que me atemoriza a paixão. A dor
de te não ter é maior que a sede no deserto. Na feérica espuma
dos dias, a voraz e lenta melancolia abrasiva do particípio passado,
pétalas e estiletes de razão no breve encontro dos nossos corpos.

3 Comments:

Blogger Jay Dee usou da palavra

Gostei, antes breve encontro do que nada...

19 outubro, 2007 18:09  
Blogger eu usou da palavra

Convida-me no próximo livro de poesia que vier à luz.
Agenda: não esquecer de convidar a gerbera a não ser que tiver outro livro para oferecer.

20 outubro, 2007 20:10  
Blogger odeusdamaquina usou da palavra

Só uma adenda para completar com o texto.
Breve Encontro (Brief Encounter) é também cinema, um filme de David Lean (1945). Um lindo filme, cheio de sensibilidade! A ver, numa cinemateca perto de si!

29 outubro, 2007 15:23  

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