31 de maio de 2007

Nomeações para melhor blog com atitude!

1. Afectos (www.afecto-s.blogspot.com)
2. Pastel de Vouzela (www.pasteldevouzela.blogspot.com)
3. ArreMacho (www.arremacho.blogspot.com)
4. Poesia&Limitada (www.poesiailimitada.blogspot.com)
5. O que não mata...(torna-nos mais fortes!) (www.oquenaomata.blogspot.com)
6. O Melhor Anjo (www.omelhoranjo.blogspot.com)

Vegetália Animália

Mas quais tomates, quais quê!
Connosco não há cá dessas merdas. Não alinhamos nesse vegetal manhoso!
O tomate é ofensivo dos bons costumes! Lembrem-se da tomatina, lá de Pamplona
(ou perto de Navarra).
Tomate está associado a touradas, a rua, a tudo o que é mais tradicionalmente
bacoco e atrasado! Por isso, não há cá tomate pra ninguém.
Ainda por cima o tomate é sempre chamado à coacção nas representações teatrais, sempre que se não gosta do espectáculo! Isso é treta! Se não gostas, reclama na bilheteira e pede o dinheiro de volta. Se não gostas, sai a meio. Grita para o palco: Cambada de Cabrões! de Canastrões!
Isso sim, é acção social e política! Agora Tomate? O único que devíamos ter algum respeito é pelo de Almeirim, defendendo a indústria nacional de conservas e polpa de tomate Compal.
E depois, o ajavardamento da palavra no plural: Tomates?
Ah, tu não tens tomates pra isto! Ou, eu tenho uns grandes tomates!
Vão todos bugiar (não é ir para o farol do Bugio), porque o que nós queremos é seriedade neste país! E camelos na Margem Sul! Como o Mário Lino, camelo-mor da invectiva disparatada.
Como eu disse numa frase lapidar um dia: "este homem anda a esculpir disparates"!
É bonito e não ofende com vegetália rasteira. Há que ter nível, há que ter cultura!
Contra o Tomate, marchar, marchar!
Por isso, não há nomeações pra ninguém!

andar nas nuvens - estreia

Eis "andar nas nuvens", a nova produção do Trigo Limpo Teatro ACERT, que estreou hoje mesmo (há duas horas atrás, para sermos rigorosos).
Mais apresentações (sempre no Auditório 1)

1 e 2 de Junho às 21.45h;

4, 5 e 6 de Junho às 10.30h e às 14.30h (para público escolar)


É ver.

brincadeiras de criança

(clique na imagem para aceder à programação)
Está na hora! Festa! Festa! Festa! O feijão Fintinha volta a soltar as asas, e durante uma semana o Novo Ciclo ACERT é invadido pelas crianças que todos somos. Destaques: a estreia do novo espectáculo do Trigo Limpo Teatro ACERT "Andar nas nuvens", e - claro! - os insufláveis gigantes, para saltar e rir a rebolar!

(Sugestão oficial Mao morto: vejam também a galeria de fotos do Judas Zero Sete)

30 de maio de 2007

não há que duvidar...

... este é o blogue mais avant-garde que Maria Pernilla conhece.



O vladivostok é que tem andado arredio. Porque será?
"O Presidente tossicou para a sua corneta acústica e tomou a palavra pelo pescoço para a estrangular mas esta aguentou-se bem.
- Meus senhores - disse ele - e caros coadjupilos. Não insistirei na solenidade deste dia, não mais puro do que o fundo do meu coração, pois tal como eu sabeis bem que, pela primeira vez desde a chegada ao poder de uma democracia estável e independente dos compadrios políticos obscuros e da demagogia soez que mancharam a credibilidade das últimas décadas, ahn... caraças, isto aqui é difícil de ler, filho da puta de papel, o texto está todo apagado.
(...)
- É com intratável alegria - continuou o Presidente - que hoje nos orgulhamos de saudar a notável solução, imaginada pelo nosso grande coadjupilo aqui presente, Wolf, para eliminar totalmente as dificuldades resultantes de uma sobreprodução do metal de fazer as máquinas. E como não posso dizer-vos mais nada a tal respeito porque pessoalmente, como me compete, não sei absolutamente nada do que quer que seja que se trate, cedo a palavra à fanfarra que irá executar uma peça do seu repertório."
Boris Vian, A Erva Vermelha

os nomes

"- A erva cheira bem - disse Wolf. - A erva e tu. Que cheiro é este a junquilho? já deixou de haver junquilho.
- Lembro-me do junquilho - disse Folavril. - Antigamente havia muito junquilho, campos inteiros dele, cerrados como cabelos cortados à escovinha. Sentávamo-nos no meio dele e colhiamo-lo sem precisarmos de nos levantar. Mas aqui é outra planta, com flores de pétalas alaranjadas como rodelinhas. Não sei como é que se chamam. Debaixo da minha cabeça são violetas e ali ao pé da outra mão, são asfódelos.
- Tens a certeza? - perguntou ele numa voz um pouco distante.
- Não - disse Folavril. - Mas nunca vi nenhum e como gosto desse nome e destas flores, junto-os."
Boris Vian, A Erva Vermelha

24 de maio de 2007

Flor do Deserto

Prismas na área adjacente
os ridículos ceptros esfomeados
em festins carnais

Ajaezado em contramão
o horror das pilhas de cadáveres
e um só corpo a balançar

Soluçando na orla do desejo
a criança abriga-se num
telhado de zinco, chapa fria
para a neve em surdina

Numa mão, a iridescente flor aberta
noutra, um pedaço de papel ensanguentado

Tristeza da tortura, conluios vários
a ordem de libertação de Sara,
a menina-condão amarrada
à letra breve, conspurcada.

Sai amanhã às cinco da tarde
pelo seu próprio pé, na bruma do pó
desértico, amordaçada na sua dignidade.
É jovem, bonita, uns olhos que respiram
a dor alojada ao canto da memória.

Só, é entregue ao vazio, a uma vida
desamparada, a percorrer na lama
da inocência uma dura esperança
de um futuro que se faz tarde.

Memórias dos mortos, da guerra,
dos campos de concentração.
Duras palavras, hein?
É a agonia das nossas vidas
em comprometedor silêncio!

21 de maio de 2007

Tchuba na ACERT

Quarta-feira, 21 de Maio, pelas 21h30 - hora ACERT - no Bar Novo Ciclo ACERT, em Tondela será apresentado e lançado "Tchuba na Desert", uma antologia de contos de escritores cabo-verdianos. Esta sessão contará com a presença de Hernâni Caniço, presidente da associação Saúde em Português (ONG). Saiba porquê aqui.

www.acert.pt
www.saudeportugues.pt

19 de maio de 2007

Ousar e Acusar

Na lâmpada do génio
a prata é o brilho cândido
Desejos que demoram
a eternidade da espera

E no palco, nas oníricas
expressões da alma
O condão da dor, na
luta sempiterna contra o mal

Angustiavam-se as vozes
dos bárbaros infanticidas
O prisioneiro queria fenecer
mas lá em cima, soldados
violavam sua mulher

Apenas porque lia uns livros,
não seguia de braços no ar
aquele senhor do regime
um "filho de Deus", um
amante da pátria!

E na selva das cidades
o brilho vago, o cheiro
a bafio daquela gente ruim!

Foram letras lidas no indizível
da memória, no horror do passado,
no terror dos presentes manchados
de morte sofisticada e silenciosa

Apesar do aparato da informação,
apesar de tudo feito às claras,
o poder reina nas sombras
deste sol da democracia

Um grito de angústia,
um laivo de suor, de escárnio
Está na hora de mal dizer
da vida que levamos!

16 de maio de 2007

Olhar Vulcânico

Na casa de lava
o meu condensado beijo

Nos afectos da minha alma
a maresia dos teus pés

Precisão do Momento e Pulsão de Morada no Pousio Mortiço da Paixão Momentânea

Ao dealbar da chuva
os vales etéreos

Aos meus amores
as verdes colinas da esp'rança

Amantes Fatigados ou Álacre Formigeiro na Aurora Final do Amor Furtivo

15 de maio de 2007

Efémero - Companhia de Teatro de Aveiro

Continuando a percorrer e a descer por esse Portugal teatral, hoje aportamos à bela cidade de Aveiro e ao Parque Mário Duarte, uma vasta zona verde, com lagos, o antigo campo de futebol do Beira-Mar e o Estaleiro teatral da Efémero, companhia profissional desde 1994. Um dos fundadores e ainda hoje Director Artístico e Encenador é o simpático Vítor Correia, um colega que já tive o prazer de conhecer. Uma companhia que tem enfrentado enormes dificuldades em resistir, pois infelizmente Aveiro tem estado quase sempre de costas voltadas para o grupo, nomeadamente ao nível camarário. Apesar disso, lá vão fazendo os seus espectáculos, que pecam muito por uma divulgação insuficiente na imprensa e na cidade. É pena, pois numa cidade em expansão, com a universidade, as vias de comunicação que a tornam central em relação a Coimbra, Porto, Viseu e zonas limítrofes, digo eu que é um desperdício. Porque o que eles fazem até é bom, contra o teatro popularucho, comercial e hilário dos dias de hoje. Como exemplo, o espectáculo que eles agora têm em cena, com o título "Marginais", uma adaptação de textos de Bernardo Santareno, dramaturgo maior do século XX português, pouco representado, esquecido, pouco respeitado e lembrado. Mas a Efémero lembrou-se de ir buscar as peças que fazem parte do livro "Os Marginais e a Revolução", que por sua vez fazem parte do livro "Português, Escritor, Quarenta e cinco anos de idade" (O volume 4 das suas peças - Edições Bertrand). E pegam bem, em temas actuais, numa encenação contida e eficaz, com simplicidade de meios. A ver ou rever, não só o espectáculo, mas também as palavras de Mestre Bernardo Santareno.
E um local calmo, idílico, a descobrir.
Algum historial da Efémero:

Em 1994 um grupo de pessoas entre os quais Carlos Fragateiro, João Brás, José Geraldo, Rui Sérgio e Vítor Correia decidiram levar avante a ideia de formarem uma Companhia de Teatro. Estas pessoas que estavam intimamente ligadas à cidade quer pelos trabalhos desenvolvidos em prol da cultural local, quer por ser este o local da sua residência ou até do seu nascimento, já tinham todas experiência profissional na área de teatro, encontrando-se a trabalhar noutras companhias fora de Aveiro ou defendendo elas próprias projectos pessoais que não tinham grande implantação na cidade.
Assim se formou este colectivo, concorrendo logo nesse ano ao subsídio anual para 1995. Por questões de rapidez processual, adoptou-se o nome de uma estrutura já existente a Efémero - Produções Artísticas e Gestão Cultural de que eram sócios alguns elementos. Em Junho de 1995, já com o projecto a decorrer e porque entretanto se tinha alargado o leque de pessoas que integravam a estrutura, formou-se finalmente a Efémero - Companhia de Teatro de Aveiro, tendo sido constituída como associação cultural sem fins lucrativos.

O site da efémero para consulta www.efemero.pt
Bom Teatro para todos!

11 de maio de 2007

Sem palavras?

Breve
Só um segundo
Escrita animal
Percurso rupestre

Escrever porque ninguém aloja no quadro inicial nada de novo.
Medo da suspensão dos dias? Infidelidades do estio?
Desaparecer da terra, ouvir sonegadas vozes a reclamarem novas.
Apenas isso: novas!Boas, Más, mas sempre presentes.

Parar agora.
Chorar! Abundantemente....
Aquele senhor, jovem, rapaz.
Enfezado, magro, doente, de bengala.
Deve ter 35 anos! Terá?
É cancro! Merda! E veio buscar o jornal.
Quer ler, saber novas do mundo.
Saber-se, num universo que se lhe escapa.
Está aqui à minha frente.
Estou triste! Amargura de vida.
Fel da Terra! Não há palavras, não há doença que...
Fim-de-Semana tão triste assim! Já deixou marca.
Já sinalizou o meu coração, minha face gotejada de amor, compaixão e raiva.
Dura luta, Dura lei mortal.
Adeus!
Tenho palavras secas na memória!

5 de maio de 2007

O amor no seu estado mais impuro

Era do amor. Era do amor que falava quando se erguia na sala minúscula. Defronte para os alunos, o professor explicava de que matéria eram feitos os humanos. Uma espécie de fábula anatómica que começava nos ossos e terminava no toque de saída.
Assim era este professor, alto, magro, de nariz adunco. Com o apontador, explicava detalhadamente os ossos aos seus alunos.
-Aqui fica o Rádio e o outro é...- o Cúbito, respondia Armando, o aluno aplicado.
- Mais abaixo temos aqui o Ilíaco, importante para andarmos, pois articula-se com, diga lá Luís...
- O peróneo?!
-Não meu caro, o Fémur! O FÉMUR! O osso mais comprido do nosso corpo.
Depois sim, temos o peróneo e a Tíbia.
- Sim, são aqueles que os futebolistas mais quebram! retorquiu Tiago, que sonhava com as trivelas do Quaresma ou os sprints e fintas do Ronaldo. -Um dia hei-de ser assim! Um grande jogador de futebol!
E agora, os aparelhos: - Digestivo, Circulatório, Respiratório, Urinário ou Excretor, Reprodutor.
Vamos por ora falar somente destes. Do digestivo já falámos. Lembram-se de qual o órgão responsável pela eliminação de substâncias tóxicas?
- O Rim?! Perguntou Fernando, sem ter pensado muito bem na resposta. Apenas queria participar.
-Não, o rim pertence ao sistema ou aparelho urinário! Quem sabe? Armando?
- Err... Bom...acho que o...Fígado!? disparou a palavra, sem ter muita certeza.
-Muito bem, é mesmo o Fígado, que degrada tudo aquilo que ingerimos de tóxico, desde o Álcool, aos tóxicos da carne, peixe e produtos perigosos para o nosso organismo.
-Passemos ao aparelho circulatório! Qual o órgão vital para a circulação e um dos mais importantes para a sobrevivência?
- O cérebro? Disse André! Risada geral!
- Não! Esse pertence ao Sistema Nervoso! Então? Vá, eu dou mais uma pista: é o órgão do amor, dos sentimentos, da paixão, que nos acelera todo o ritmo cá dentro. As palavras, as acções, a alegria, tudo é mais acelerado.
Silêncio geral. Os meninos a pensar, naqueles 7 anos de vida breve, feliz.
Ninguém soube dar a resposta certa. Uns disseram pulmões, outros nervos, outros músculos, mas nenhum deles sentira ainda essa energia vital.
Nesse dia o professor compreendera que os seus alunos não sabiam ainda o que era o amor!

O humor no seu estado mais puro

"and now, for something completely different

o meu aspirador morreu. tinha-o há 17 anos. era uma espécie de pet. na verdade, uma das mais compridas relações da minha vida. estou desfeita. já tem substituto -- a minha empregada obrigou-me a comprar outro e a traí-lo, assim, como se isto não fosse nada.

apetece-me pôr o tom waits a cantar 'broken bycicles, ooooh busted chairs...all those things that we don't want anymore' e dar-lhe umas festinhas. devia haver um céu para os aspiradores, também.

e, já agora, uma forma leal e digna de nos desfazermos (terrível, esta palavra) dos electrodomésticos que se estragam. em vez de os pôrmos na rua, à porta, e afastarmo-nos a assobiar para o ar, como quem abandona. às tantas até há um serviço de recolha ou assim. não sei. nunca me tinha morrido um aspirador. "
Fernanda Câncio, Glória Fácil, 2007-ABR-17

4 de maio de 2007

Orografias da Memória

Silabário de poemas
a auréola esmaece
na madressilva
do teu desejo

Secreta proeminência
da evasão dos sentidos
a sagaz ternura
das brandas nocturnas

Na Patuleia do teu jogo
a arma é seta envenenada
de paixão, módica quantia
do teu troco conspurcado

Meti-te na prateleira
dos meus chás preferidos
Eras o meu Darjeeling
dos Himalaias, quente
aveludado e néscio

Na cálida tarde dos
amores fingidos
eras a minha amante
da preversão orgiástica
perfume onanista

Passeavas-te de bicicleta
nas pradarias ventosas
de acenos ligeiros
Qual despedida breve,
feno húmido, retemperador

Pétalas do porvir extasiado
a loquaz corrida do tempo
fingidas preces na casa oca,
abandonada. Saías de lá
mais viva que a tua vida.

E o meu minucioso prazer
era satisfeito, esquecido
para lembrar outras eras
de inominável amar.

Quanta gente não se agitou
naquele combóio feérico
galgando serras geladas?
Os passos trocados nas
estações e uma imorredoira
saudade, nostalgia da denúncia.

Naquele frémito, os vales
deram lugar aos vinhedos,
ao aroma melífluo, aos insectos
polinizando a permanência
dos ciclos diáfanos, à labuta
agreste e sanguínea nas
faldas do néctar dionisíaco

Os socalcos têm ouvidos
e a música a escutar
é apenas uma ária breve
semifusa, semi-nua,
confusa na etilização
do favor nupcial

Depois de tanto calcorrear
Trouxe-os-Montes comigo
e a idílica fé no infinito
O vagaroso vagão aportou
ao cais da maresia imprevista

Desci de um só pé,
imaginei o que nunca houvera
visto e despedi-me de ti,
náusea breve do meu
diletante corpo.

3 de maio de 2007

José Afonso - revisitação

Na noite de 24 para 25 de Abril, a ACERT voltou a fazer história, ao apresentar, em estreia absoluta, o espectáculo "20 canções para Zeca Afonso", concebido por Rafael Fraga. Estas 20 canções surgiram "travestidas" pelos arranjos do pianista João Paulo Esteves da Silva - ele que editou recentemente "Memórias de Quem" - e, durante cerca de duas horas, um auditório repleto reviveu o génio musical de José Afonso, 20 anos após a sua morte.

A hora de início do concerto foi adiada, para não colidir com a recriação da madrugada de Abril por alunos da Escola profisisonal, a que odeusdainformação já aludiu. Um espectáculo que foi, desde a abertura de portas, esmagador pela qualidade de todos os músicos em palco. (Para esta apresentação vieram mais quatro, pois contou com a presença do quarteto de cordas "Tempus"). [ficha técnica] - Destaque-se ainda o regresso ao Novo Ciclo do saxofonista Jorge Reis, depois da actuação no Jazzin`Tondela 2004 no trio de Fátima Serro. Por serem "apenas" vinte canções, entre algumas ditas "incontornáveis" e outras menos conhecidas do grande público, no final, em conversa, lá nos lembrámos de outros grandes temas que por ali não passaram. "O homem da gaita", "Vejam bem", "O avô cavernoso" - sendo eu Mao Morto, teria de me lembrar desta, pela versão que os Mão Morta fizeram para a colectânea "Os filhos da madrugada", de 1994. Eis o alinhamento deste "20 canções...", com um agradecimento ao Paulo Neto:



(clique na imagem para aumentá-la)


Celebrou-se, portanto, a revolução de Abril com estas 20 canções, num espectáculo "nota vinte".

2 de maio de 2007

Trigo Limpo - Teatro ACERT (Ass. Cult. E Recr. de Tondela)

Volto ao Teatro que se faz pelo Interior do País, ou pelas cidades de média dimensão, onde se faz bom teatro. Da última, falei do TRSM - o Teatro do Montemuro, ali na aldeia de Campo Benfeito, Castro Daire. É de realçar que o distrito de Viseu tem a sorte de possuir duas companhias de teatro com forte cariz identitário, cada qual com a sua marca única. Quanto ao Trigo Limpo, desde há 30 anos que vem burilando em Tondela novos rumos do labor teatral, ligado às suas gentes, às suas paisagens (visuais, sonoras, estéticas). Um teatro de intervenção, de partilha, de emoções, de rigor e manifesto! Tal como "O Bando", a presença das máquinas de cena (quem não se lembra dos olharapos na Expo 98?), da música, de um sentido colectivo e itinerante (a Queima do Judas, o espectáculo "Memoriar"?), envolvendo toda a população em redor. Como bom exemplo, atente-se no facto de na Escola Profissional de Tondela ter-se feito uma recriação bastante bem elaborada e pensada sobre o 25 de Abril de 1974. Isso vem demonstrar a importância da cultura no seu sentido lato, de realizar actividades culturais, de dar de beber à sede de eventos que aquelas terras têm e continuam a precisar. Muito mais haveria a dizer, mas como este blog está bem localizado em relação ao que se passa em Tondela, resta-me acrescentar o bom que eles têm feito pelo(s) interior do nosso país, mas também nas grandes urbes e lá fora, mostrando o bem que fazem! Isto tudo num Concelho com cerca de 40 000 habitantes! É obra! Além disso, explicar que a Direcção continua a cargo de José Rui Martins, desde a sua fundação, juntamente com outros carolas (como Pompeu José), que têm engrandecido o nome da Companhia e da Cidade Tondelense. Como corolário destes 30 anos, as excelentes instalações da ACERT, com uma programação regular e de qualidade, não só em teatro (o FINTA - Festival, é peça fundamental), mas em música (Tom de Festa), no Jazz in' Tondela, no cinema, nas actividades desportivas e culturais e nos cursos de iniciação teatral, fotografia, entre muitas outras.
Só de realçar, pela negativa, o facto de na sua página na internet não existir o histórico dos espectáculos da Companhia. A rever. Para saber mais vão a www.acert.pt
Depois procurem em Trigo Limpo e saibam novas da Companhia.

1 de maio de 2007

bollocks

Por um golo se ganha...
... e por um golo se perde um campeonato. Aconteceu ao AFC Ajax. Este jogo contra o PSV pouco lhes servirá de consolação. (Reparem no golo de Wesley Sneijder, a partir do minuto 1:15 do filme). Depois da final da Taça com o AZ (equipa que liderava a Liga à entrada para a última jornada) e do play-off de acesso à Liga dos Campeões contra o Heereenveen, resta saber para onde rumará este prodígio. Duas curiosidades da Liga holandesa: a última jornada rendeu 37 golos em 9 jogos, e o Feyenoord classificou-se na 7ª posição.
Por cá, faço minhas as palavras do final deste post do Lourenço. Se o Benfica, há dois anos, venceu a Liga a jogar quase sempre mal (é tétrico pensar que nessa época o arremedo de equipa que era o FQP chegou à última jornada com possibilidades de ser campeão), este ano o FC Porto arrisca-se a ser campeão, apesar de Jesualdo. Gostaria muito de o ver prosseguir a carreira no Boavista. (Na Académica, Manuel Machado faz-me lembrar aquela anedota do homem que cai do telhado de um arranha-céus e que, durante a queda, vai dizendo: "até aqui tudo bem, até aqui tudo está bem.")