Continuando a percorrer e a descer por esse Portugal teatral, hoje aportamos à bela cidade de Aveiro e ao Parque Mário Duarte, uma vasta zona verde, com lagos, o antigo campo de futebol do Beira-Mar e o Estaleiro teatral da Efémero, companhia profissional desde 1994. Um dos fundador
es e ainda hoje Director Artístico e Encenador é o simpático Vítor Correia, um colega que já tive o prazer de conhecer. Uma companhia que tem enfrentado enormes dificuldades em resistir, pois infelizmente Aveiro tem estado quase sempre de costas voltadas para o grupo, nomeadamente ao nível camarário. Apesar disso, lá vão fazendo os seus espectáculos, que pecam muito por uma divulgação insuficiente na imprensa e na cidade. É pena, pois numa cidade em expansão, com a universidade, as vias de comunicação que a tornam central em relação a Coimbra, Porto, Viseu e zonas limítrofes, digo eu que é um desperdício. Porque o que eles fazem até é bom, contra o teatro popularucho, comercial e hilário dos dias de hoje. Como exemplo, o espectáculo que eles agora têm em cena, com o título "Marginais", uma adaptação de textos de Bernardo Santareno, dramaturgo maior do século XX português, pouco representado, esquecido, pouco respeitado e lembrado. Mas a Efémero lembrou-se de ir buscar as peças que fazem parte do livro "Os Marginais e a Revolução", que por sua vez fazem parte do livro "Português, Escritor, Quarenta e cinco anos de idade" (O volume 4 das suas peças - Edições Bertrand). E pegam bem, em temas actuais, numa encenação contida e eficaz, com simplicidade de meios. A ver ou rever, não só o espectáculo, mas também as palavras de Mestre Bernardo Santareno.
E um local calmo, idílico, a descobrir.
Algum historial da Efémero:
Em 1994 um grupo de pessoas entre os quais Carlos Fragateiro, João Brás, José Geraldo, Rui Sérgio e Vítor Correia decidiram levar avante a ideia de formarem uma Companhia de Teatro. Estas pessoas que estavam intimamente ligadas à cidade quer pelos trabalhos desenvolvidos em prol da cultural local, quer por ser este o local da sua residência ou até do seu nascimento, já tinham todas experiência profissional na área de teatro, encontrando-se a trabalhar noutras companhias fora de Aveiro ou defendendo elas próprias projectos pessoais que não tinham grande implantação na cidade.
Assim se formou este colectivo, concorrendo logo nesse ano ao subsídio anual para 1995. Por questões de rapidez processual, adoptou-se o nome de uma estrutura já existente a Efémero - Produções Artísticas e Gestão Cultural de que eram sócios alguns elementos. Em Junho de 1995, já com o projecto a decorrer e porque entretanto se tinha alargado o leque de pessoas que integravam a estrutura, formou-se finalmente a Efémero - Companhia de Teatro de Aveiro, tendo sido constituída como associação cultural sem fins lucrativos.
Bom Teatro para todos!
1 Comments:
Adoro este lettering!
Olha lá! (bater de palmas) Estás a ouvir o que digo?
(Sou o super-cromo!)
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