19 de maio de 2007

Ousar e Acusar

Na lâmpada do génio
a prata é o brilho cândido
Desejos que demoram
a eternidade da espera

E no palco, nas oníricas
expressões da alma
O condão da dor, na
luta sempiterna contra o mal

Angustiavam-se as vozes
dos bárbaros infanticidas
O prisioneiro queria fenecer
mas lá em cima, soldados
violavam sua mulher

Apenas porque lia uns livros,
não seguia de braços no ar
aquele senhor do regime
um "filho de Deus", um
amante da pátria!

E na selva das cidades
o brilho vago, o cheiro
a bafio daquela gente ruim!

Foram letras lidas no indizível
da memória, no horror do passado,
no terror dos presentes manchados
de morte sofisticada e silenciosa

Apesar do aparato da informação,
apesar de tudo feito às claras,
o poder reina nas sombras
deste sol da democracia

Um grito de angústia,
um laivo de suor, de escárnio
Está na hora de mal dizer
da vida que levamos!

1 Comments:

Blogger Trilby usou da palavra

Eu até diria que o poder reina ao sol nesta sombra de democracia.

Brilhante este teu poema.

23 maio, 2007 23:02  

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