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Fig 1- Château de Valère |
Esta foi a última viagem! De Sion até ao aeroporto de Genève, que me trouxe de novo a Lisboa.
Pelo meio, uma paisagem fantástica do Lago Lemán (o maior da Suíça). Mas comecemos pelo início, a cidade de Sion, capital do grande cantão de Valais. Sion situa-se num planalto, na margem norte do rio Ródano e no sopé de duas colinas, cada qual com o seu castelo medieval. Um é o Château de Tourbillon, uma fortaleza elevada com altas torres quadradas. Foi construído no Séc. XIII, como residência do Bispo Bonifácio de Challant. Foi destruído por um incêndio em 1788 e reconstruído de novo. Possui ainda uma capela medieval. Em frente, na outra colina, encontra-se o Château de Valère, que hoje alberga o Museu Cantonal de História. Foi construído no Séc. XII e originalmente era uma igreja fortificada, a Notre-Dame-de-Valère. No interior, além da beleza dos capitéis românicos, possui um órgão, de 1390, o mais antigo do mundo ainda em funcionamento. O museu alberga obras da região, relativas à sua história e valeu a pena a visita. É um local lindíssimo, que fica perto do centro histórico da cidade, tendo apenas que se subir os últimos 500 metros até ao alto da colina. Mas vale a pena o esforço.
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Fig. 2 - Château de Tourbillon ao fundo |
Sion foi fundada no Séc. I, com o nome de Sedunum, e os dois castelos são vestígios do poderoso bispado que governou o Cantão de Valais durante séculos. Durante a Idade Média, Sion foi um importante centro produtor de vinho e fruta, pelos quais o fértil vale do Ródano é ainda hoje conhecido. Os excelentes vinhos de Sion, são ainda hoje muito apreciados, sendo a principal região vinícola do país. Além das ruas do centro histórico com os seus edifícios góticos e rensacentistas, pode ver-se o Museu Cantonal das Belas-Artes, com artistas da região, o Museu Cantonal de Arqueologia, que possui achados da presença Romana, mas também dos Gregos e Etruscos. O edifício do Hôtel de Ville (a Câmara Municipal), é um edifício branco, com uma torre de relógio muito bela, encimado por uma cúpula e torre-lanterna. No interior, possui inscrições romanas na parede. Uma delas diz 377, a mais antiga do género, na Suíça. Este edifício data de 1665, com belas portas em talha de madeira e a visitar, sempre que possível. Além destes edifícios, a Catedral de Nôtre-Dame du Glarier é de visita obrigatória, pois é do Séc. XII, com posterior reconstrução no Séc. XV, entre o campanário românico e elementos tardo-góticos. Por fim, visitar a Torre das Bruxas (Tour des Sorciers), com o seu telhado cónico, que é a parte remanescente das muralhas medievais de Sion. Hoje alberga um espaço de exposições temporárias. Sion tem muito que ver, também com os seus dois teatros: o Thêatre de la Valère, especializado em teatro mais clássico e um centro de acolhimento de produções teatrais do país inteiro e o Petit Thêatre, um pequeno teatro independente, com produções próprias, de cariz mais contemporâneo. Sion tem muito que ver, no que à história diz respeito.
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Fig. 3- Sion - Hôtel de Ville |
Já Lausanne é uma cidade enorme, cheia de gente, com Universidade (1540), com o Lago Léman em frente, com o Museu Olímpico (já que a sede do Comité Olímpico Internacional se situa aqui), a catedral de Nôtre-Dame, as igrejas e o Bel-Air Métropole, o primeiro arranha-céus a ser construído na Suíça. Hoje alberga o Thêatre Métropole, um dos pólos culturais mais importantes do país.
Lausanne foi fundada pelos romanos, no Séc. IV, junto ao lago e depois, com os Séculos, a cidade foi-se alargando para a colina, sempre a subir, por razões de espaço, mas também de segurança. Lausanne repousa sobre três colinas que se erguem em socalcos desde as margens do Lago Léman. O centro da cidade é a praça St- François. Depois, a zona comercial, a Rue du Bourg. Mais a norte, fica a zona antiga (vieille ville), dominada pela grande Catedral (Séc. XIII). A visitar, as igrejas, os Palácios (como o Palais de Rumine, onde funcionam o Museu de Belas-Artes, mas também o de Arqueologia e História), o Chatêau de St-Maire (1397), antiga residência dos bispos de Lausanne, hoje a sede da administração do Cantão de Vaud. Andar junto ao lago, na povoação costeira de Ouchy, é muito belo, onde depois vibrei com o excelente Museu Olímpico.(
http://www.olympic.org/) A visitar, sempre! Também nesta zona, fica a Fondation de l'Hermitage, dedicada às artes visuais de origem francófona. Fica num belíssimo parque e vale a pensa visitar.
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Fig.4 - Catedral de Lausanne |
Como Lausanne tem muito que ver, mas também é algo confuso, com trânsito principalmente, resolvi deixar para outra vez uma visita mais profunda e parti rumo a Genève, destino final desta jorna, a fim de apanhar o avião no aeroporto internacional que me conduziria de novo a casa.
Genève é, tal como Lausanne, uma belíssima cidade, rodeada pelo enorme lago Léman, que separa a Suíça da França. De população essencialmente francófona, é um importante centro de negócios, com uma aura vanguardista e cosmopolita. É a sede europeia da Nações Unidas e da Cruz Vermelha Internacional. Genève está ligada, desde a sua fundação ao Império Romano, mas no Séc. XVI, apoiou a reforma, seguindo as ideias de Calvino. É conhecida como a Roma Protestante, sendo aqui um grande bastião, pois sempre albergou e atraiu refugiados reformistas vindos de toda a Europa. Foi anexada à França entre 1798 e 1813, juntando-se nesse ano à Confederação Helvética. Genève é hoje a capital mundial da diplomacia e sede de mais de 200 organizações internacionais.
Genève é atravessada pelo rio Ródano, que segue o seu curso para França. É dividida pela água: na margem Sul, fica a cidade velha, a cidade universitária e o bairro dos artistas (Carouge); na margem Norte, fica a zona comercial e turística, com hotéis internacionais, além da Cidade Internacional, sede das organizações.
Em ambas, existem inúmeras zonas verdes. Na zona do porto, em La Rade, encontramos a famosa fonte no meio do lago, o Jet d'Eau.
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Fig. 5 - Palais des Nations, Genève (1930) |
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Fig 6- Vista geral de Genève e Jet d' Eau
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Além destas atracções , deve-se visitar a cidade antiga, com a Catedral de St-Pierre, a Île Rousseau (deve o nome a Jean-Jacques Rouseeau, esse filósofo do Iluminismo, que nasceu nesta cidade), o Hôtel de Ville (a Câmara Municipal, onde foi assinada a Convenção de Genebra, em 1864), as Maisons (como a Tavel, de 1334), as praças (como a Bourg-de-Four, onde se realizava o mercado na Idade Média) cheias de fontes, esplanadas e lojas. O Parc des Bastions, com um impressionante e gigantesco monumento, pois possui as figuras dos principais nomes da reforma, incluindo Calvino. Também existe uma Catedral Ortodoxa Russa, o Museu de Arte e História. Para terminar, visitar o Museu Internacional da Cruz Vermelha, um comovente museu, que nos leva a repensar nas vidas e nos direitos humanos. Foi um banqueiro de Genebra quem criou a Organização em 1863, de seu nome Henri Dunant (1828-1910). De visita obrigatória! (
www.micr.org). Por fim, o Palácio das Nações, criado em 1936, como sede da Liga das Nações (1920), tendo como fim preservar a paz no mundo e as relações internacionais, depois da Grande Guerra. Em 1946, depois do fim da Liga das Nações, tornou-se sede europeia da ONU. Pessoas de todo o mundo trabalham aqui e a sede é considerada território internacional. Visitar Genève é andar por uma cidade cosmopolita e onde se encontram pessoas de todas as culturas e línguas. Um verdadeiro pote cultural imenso, aliado a uma beleza natural ímpar. Agora, fiquem com as imagens deste percurso final. Até já, e boas viagens!