29 de dezembro de 2009

E no entanto

E no entanto, ando.
Corro pelo mundo nas asas da noite.
Apenas um sufrágio universal aconchega
as rotas da perenidade. Perdi-me nos
solstícios de inverno e só o teu sorriso
pode resgatar as nuvens do desvario.

E no entanto, persigo.
Mudo todas as tabuletas da exegese.
Acomodo o meu olhar às tuas fotos
do sublime. Entre a misantropia e o
Oceano, um ror de maresia. Um botão
dourado a rebentar de impaciência e dor.

E no entanto, és tu.
Mulher-poema em fruto-proibido à beira-mar.
Um copo entre os lábios entre a salsugem do desejo.
Persignar-me perante a indecisão das horas
e finalmente, dar corda ao relógio das madrugadas.
Chegar finalmente à enseada do teu corpo.

1 Comments:

Blogger Sobolas usou da palavra

Perder-me nas suas curvas,
Atingir o meu Fim!
Deixar o Vazio se apoderar de novo
E partir para outro tanto...
Corpo!
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Será que não terminará sempre assim?

05 janeiro, 2010 16:04  

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