12 de dezembro de 2009

Viajar pela Suíça - pt. VII (Winterthur e Schaffhausen)

Segui viagem nos comboios, desta feita até à fronteira sul com a Alemanha, numa zona que ainda desconhecia. Depois de Zürich, Winterthur é a segunda maior cidade do cantão. É um florescente centro industrial, com a banca, os seguros, as farmacêuticas e os têxteis. É uma cidade aprazível com as ruas arborizadas e amplos espaços verdes. Com algumas casas interessantes, janelas de sacada e as paredes pintadas. Algumas casas senhoriais e outras das corporações da idade média. Possui um Museu Oskar Reinhart, um importante coleccionador de arte nascido na cidade, com um acervo valiosíssimo, reunindo obras de El Greco, Grünewald, Goya, Ferdinand Hodler, Giacometti, entre outros. Além disso, a ver o centro histórico, as casas, as igrejas góticas(a Stadtkirche), a Rathaus neoclássica (Câmara Municipal), a Kunsthalle Winterthur (uma antiga Casa de pesagens, a Waaghaus) que é um espaço de exposições de arte moderna, o Kunstmuseum (o museu de Belas-Artes), o Fotomuseum (Museu de Fotografia), um esplêndido museu, e um dos mais importantes na Suíça, a Stadhaus (a sala de concertos e teatro), um edifício lindíssimo neo-renascentista, datado de 1865 e arquitectado por Gottfried Semper, o mesmo que fez a Ópera de Dresden, na Alemanha. Para concluir este passeio pela cidade, de 87 000 habitantes, uma visita à Marktgasse, a zona mais comercial e unicamente pedonal, com os seus edifícios históricos e as fontes. Um dos mais emblemáticos edifícios é a Zur Geduld (a Casa da Paciência), que data de 1717.
Fig. 1 - Uma casa típica de Winterthur e do Sul da Alemanha
Fig. 2 - A Stadthaus de Winterthur
Fig. 3 - A Stadtkir
che de Winterthur
Parti rumo a Schaffhausen, uma cidade mais pequena, com 35 000 habitantes e sede do cantão com o mesmo nome. Situa-se a norte do Rio Reno, 4 km acima das Rheinfall (as cascatas) e faz fronteira com a Alemanha. Uma cidade muito bonita, com fortes influências germânicas nos seus edifícios e no ritmo de vida da cidade fronteiriça. O centro possui edifícios barrocos de invejável riqueza. Todos os edifícios são pintados, muitas janelas de sacada pertencentes às guildas (ou corporações) dos pedreiros, dos artesãos, dos mercadores. Pouca confusão nas ruas, com um centro muito bem preservado. Logo à saída da cidade temos o belo Lago Constança (Bodensee), com as casas de verão, os chalés com armação de madeira. Do lago Constança podem dar-se magníficos passeios nos barcos locais e avista-se a Áustria.
Devido à importância como centro comercial na idade média, possui edifícios de todas as épocas artísticas, desde góticos, renascentistas, barrocos, rococó, neoclássicos. O Munot, uma torre de menagem circular na colina leste da cidade, foi erigido no Séc. XVI, durante a instabilidade causada pela reforma. A ver também a Zeughaus (o Antigo Arsenal da cidade), em estilo renascentista, a Haus zum Ritter (a Casa do Cavaleiro) com elaborados frescos também renascentistas, a Schmiedstube (a Corporação dos Ferreiros), que ostenta um magnífico portal barroco, a Munster zu Allerheiligen (a Catedral da cidade, em estilo românico), que data do séc. XI e que era uma antiga abadia Beneditina. Nas diversas praças, com destaque para a Fronwagplatz, pode-se percorrer a pé e apreciar a riqueza e antiguidade dos edifícios, as fontes do Séc. XVI (a do Rei Mouro e a do Mercenário Mouro). Era aqui que se realizavam os mercados medievais que atraíam as populações vizinhas. Para terminar, a Rathaus, de 1412 e em estilo renascentista, com um belo salão de assembleias ricamente decorado. A visitar, sem dúvida!

Fig. 4 - O Munot, em Schaffhausen (onde se avista a cidade)
Fig. 5 - A Fronwagplatz, com a fonte do Rei Mouro
Fig. 6 - A Haus zum Ritten (a Casa do Cavaleiro), com os seus belíssimos frescos de 1568.