18 de abril de 2008

Por Caminhos Nunca de Antes Navegados

É esta ditosa pátria e o seu incomensurável território!
Desde as falésias de Sagres ao planalto de Miranda do Douro,
há inúmeras reentrâncias na paisagem conspurcada.
Felizmente que há nichos de verde e prata, ouro Moscatel,
e a ilha das Berlengas para contemplar. Nesta divagação
geográfica, há lugares da inocência do olhar como a mui
esbelta e prestimosa Ponte de Lima, ou as idades de Caminha,
ajaezado entre os Rios Minho e Coura, o Atlântico das praias de Moledo
e a Mata do Camarido. Lugares de poesia e salubridade assaz desejosa.
Fico-me por aqui, no ditirâmbico espaço das memórias dos lugares,
dos passos perdidos e percorridos. Entre Caminha e Sagres, há a
mediania ruidosa e insossa. Nas faldas, nos cantos e recantos do
rectângulo, há uma harmonia perene, um estar agarrado à rocha
da sanidade e de costas para o mundo desordenado e massificado.

14 de abril de 2008

Desejo de Sucesso

Tecnologias. No umbigo do mundo.
Os humanos já não ficam prenhes de dor.
Apenas cacos de um resquício de arqueológicos rumores.
São mimos a mais para uma educação a menos.

Preciosas e ridículas espécies que deambulam
na prestimosa face do verniz da ociosidade.
São Centros de Comer e engordar por mais.
Bendita a Maionese e as gorduras saturadas!

Quero um Centro Cultural no abdómen dos afectos!
Uma Playstation, um telemóvel topo de g(r)ama e
umas pipocas num filme de acção que já esqueci.
A Sodoma gera a Gomorra na Modorra das nossas vidas.

Biologias. No chip dos teclados globais.
Inventem-se novos modelos mais evoluídos.
Na robótica dos prazeres, há redes que nos unem
no excesso de informação, mas sem comunicarmos uns com os outros.

9 de abril de 2008

Não me Acordem!!!

Manual da peste. Alucinada viagem ao interior dos sentidos. Práticas sexuais remanescentes nas tribos Ugandesas. Há pátrias para assimilar no desencanto dos teus olhos. Há braços mutilados, pilhas de carvão em límbicas e recrudescentes paixões. Já chega de atentar ao pudor dos mortos!Agora há acordos por rasgar, nem que seja para hifenizar por aí os dias-do-futuro inquietos em fins-de-semana sem fim. Se me auto-regulasse pela estupidez, escreveria a infecção cravejada de dengue maldito. Que não nos engulam com a vossa aridez inconsequente e o açúcar da palavra fácil e simplista. Farto do popularucho sentir, quero uma ira bem audível em melopeias sem fim para acabar de vez com a loucura. No azul e branco da tua bandeira, há (mas são verdes) sorrisos amarelos e dentes careados em profusão assaz evidente. Farto de Lambada, deixo de sorrir amavelmente porque o suor é demais para o meu singelo corpo de Velho do Restelo. Na Vila Nova de Poiares, na Velha de Ródão, na Pouca de Aguiar, na Praia de Âncora, na Real de Santo António, há-de se escrever que há toponímias da dúvida e ortografias para não se alterar. Nas cidades sem fim, há actores que não querem perder os cês por nada deste mundo! Um Cê que é a Causa e a Consequência de uma Cultura que se esvai lentamente para o pântano da estupidez!

4 de abril de 2008

Deambular por Aí

Primeira vez. Um dolente e estranho rumorejar de águas. Passeios oblíquos e uma ravina longe de ser perigosa. Massificada sociedade das esperanças e dos ritos. Na penumbra dos heróis, há seres boquiabertos perante a estupidez do mundo. Horrores e sevícias de um planalto agitado ao vento insalubre dos mortos. Chegou a hora da casa, com plasma, internet e jogos electrónicos. O futuro é uma boneca-robot, pronta a aceder a todos os nossos desejos. Por agora (e na hora da nossa morte) há apenas mulheres-a-dias e picheleiros à noite. Prefiro as carvoarias do silêncio e um breve regurgitar de cansaços. Limpa-chaminés da cólera são feras amansadas na neve. Muitas Montanhas Rochosas depois, encontro os Vagabundos do Dharma e Viajantes Solitários. Tudo empresas de grande dificuldade e uma paz interior. Queria ter o teu sorriso de abeto e um tronco de Sequóia. No lodaçal das paixões efémeras, há rios que abafam as memórias do estio, há rugosidades numa folha de papel e uma obra de arte por começar. Vou fazer-me à vida, antes que ela me faça seu escravo. Quero produzir uma morte na violência da criação. Um espectáculo a grande altitude em serranias por inventar. Neste momento solene, quero pássaros para colorir as minhas feridas. Na esfera exangue da humanidade há ainda desfechos inesperados. Inevitável correria do meu motor a jacto numa curva apertada. Perco-me no objectivo proposto, pois as rotas da imaginação não possuem placas a sinalizar a felicidade. Adormeço à beira da estrada, junto à amendoeira em flor. Por companhia, os bichos do mato e as estrelas silentes de desejo.

1 de abril de 2008

Peggy Sue casou-se (e o Vladivostok também)

Foi no passado Domingo. Houve choro e ranger de dentes. (Umas lágrimas de felicidade no momento crucial e ranger de dentes quando o vento foi mais intenso).

Maria Pernilla deseja as maiores felicidades ao jovem casal. E... "congratulations"!


TV on the Radio, "I was a lover"