Estugado Passo
O horizonte ficou límpido. Finalmente, o bafiento pó foi sacudido pelo tempo.
Um derradeiro olhar aos escombros da carne putrefacta. Detritos em demasia
no inacabado estertor das ruas. Com passo largo vou sugando as imagens do desvario,
há humidade a mais no silêncio da noite. Fui a correr em busca do teu gesto, mas
tinhas-te voltado para o passado, qual estátua de Lot feita de sal. Cloreto de Sódio
no teu coração, perigosa e alta tensão na tua vida. Peguei na mão do carteiro e fui viajar,
por entre praias nuas e campos pintados de neve. Nunca mais voltei a cantar! O meu fraco
som nem sequer aquecia os pássaros, quanto mais a nuvem carregada de espectros.
Tive sede e escrevi-te um beijo. Na hidrólise dos afectos há massacres em surdina,
nanoguerras de alecrim e manjerona. Nas aromáticas veredas do sonho, há loiça para
quebrar. Cacos de fealdade e uma sinapse nervosa e complacente. É preciso ler nas
entrelinhas de um comboio atrasado e fumegante. Foi calma a madrugada de livros.
Pétalas de punhais e massagens suaves em digressão mundial. O sistema é quem mais
ordena e as estrelas não vivem sem rei nem rock. Calhaus desabitados de dor, uma fúria
remanescente e um saldo positivo no teu olhar. Depois de tanto cambiar, fiquei com a
pedra preciosa e ridícula na mão. Na hemorragia do verbo, há silêncios de ouro ao luar.
Um derradeiro olhar aos escombros da carne putrefacta. Detritos em demasia
no inacabado estertor das ruas. Com passo largo vou sugando as imagens do desvario,
há humidade a mais no silêncio da noite. Fui a correr em busca do teu gesto, mas
tinhas-te voltado para o passado, qual estátua de Lot feita de sal. Cloreto de Sódio
no teu coração, perigosa e alta tensão na tua vida. Peguei na mão do carteiro e fui viajar,
por entre praias nuas e campos pintados de neve. Nunca mais voltei a cantar! O meu fraco
som nem sequer aquecia os pássaros, quanto mais a nuvem carregada de espectros.
Tive sede e escrevi-te um beijo. Na hidrólise dos afectos há massacres em surdina,
nanoguerras de alecrim e manjerona. Nas aromáticas veredas do sonho, há loiça para
quebrar. Cacos de fealdade e uma sinapse nervosa e complacente. É preciso ler nas
entrelinhas de um comboio atrasado e fumegante. Foi calma a madrugada de livros.
Pétalas de punhais e massagens suaves em digressão mundial. O sistema é quem mais
ordena e as estrelas não vivem sem rei nem rock. Calhaus desabitados de dor, uma fúria
remanescente e um saldo positivo no teu olhar. Depois de tanto cambiar, fiquei com a
pedra preciosa e ridícula na mão. Na hemorragia do verbo, há silêncios de ouro ao luar.