4 de dezembro de 2007

Natural Mente

Cheguei-me ao preâmbulo da tua vida e disse-lhe adeus
Nas labaredas de fome, queimei o sacrossanto altar da saudade
Partimos para a violência verbalizando nódoas negras de prazer
No fio de prumo das paixões arrebatadoras persegui-te até ao fim do mundo

Enquanto a cidade dorme eu estou na lenta agonia do meu pranto
Tento criar novas utopias nas mãos de um abominável e dandy poeta
Nos traços largos de uma tela bem disforme, há tonalidades nacaradas de ódio
A guerra fria do teu corpo é um olhar penetrante nas carcomidas vielas da solidão

Mas e depois do adeus às armas, que corpos consomem a bonomia de um verão azul?
Nas falésias rancorosas da tua pele há estragos inelutáveis, ferida aberta e exangue da memória.
Passos perdidos na reunião dos homens das decisões soberanas. Há amargura nos rostos!
Depois, homicídios em demasia. Um afamado vinho à saúde de todos os suicídios colectivos!

Quero libertar-me das roupas quentes que me atiçam a morbidez dos sentidos.
Prefiro nudez sacrificial e carne dilacerada para jantar. Depois o sexo, temperado a azeite.
Dieta mediterrânica numa orla só para nós, uma duna que nos faça sentir, sentindo-nos.
Ter a cortesia de não incomodar as aves de rapina na salsugem do êxtase demasiado.

Por fim, o fim! Largar horrores de um subalternizado campo minado e inodoro.
Atirar-te ao mar toda inteira e perene, sacrificar-te na ara do meu desejo.
Sinto novamente a combustão desta zona intersticial e a aspergir de vida.
É tempo de afogar as palavras num posfácio demasiado breve e conciso.

1 Comments:

Blogger quETzalcoatl usou da palavra

és imbAtivel!!


adoro os teus poemas!!!

era so ver josé luis peixotos aos magotes a implorarem porke lhes pontapeasses o rabioske!!!



www.chupa-mas.blogspot.com

06 dezembro, 2007 07:44  

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