Na Respiração das Palavras de Pina
Onde está a imagem do meu duplo?
Onde me revejo neste espelho convexo
que me atrai para a escuridão?
Que pergunta me pergunta a imensa solidão
da morte e da cegueira do olhar que me olha?
Que coração míope permite a síncope diastólica?
Onde estava eu, queridos amigos? - Onde estavas tu?
Perdido na erecção do mar? No tormento da tua nau
desabrigada e liquefazendo-se em vagas salgadas da memória?
Onde estávamos todos na tua morte? Onde estava a morte
na morte dos outros? Onde andava a Tia Miséria? A varrer o
chão de cinza e chumbo? Onde se abriga a morte? No teu coração?
Em que lábios gretados fluem sucos adstringentes e mortais?
Em que beijos e cantos do cisne encontraste a tua morte?
Em que canto do mundo existes, morte sincera e moribunda?
Em que perguntas me perdi? Em que espelho côncavo me
iluminei e descobri? Em que matéria decomposta me transformei?
O que temo agora, já que a vida me fez morrer com prazer?
Onde me revejo neste espelho convexo
que me atrai para a escuridão?
Que pergunta me pergunta a imensa solidão
da morte e da cegueira do olhar que me olha?
Que coração míope permite a síncope diastólica?
Onde estava eu, queridos amigos? - Onde estavas tu?
Perdido na erecção do mar? No tormento da tua nau
desabrigada e liquefazendo-se em vagas salgadas da memória?
Onde estávamos todos na tua morte? Onde estava a morte
na morte dos outros? Onde andava a Tia Miséria? A varrer o
chão de cinza e chumbo? Onde se abriga a morte? No teu coração?
Em que lábios gretados fluem sucos adstringentes e mortais?
Em que beijos e cantos do cisne encontraste a tua morte?
Em que canto do mundo existes, morte sincera e moribunda?
Em que perguntas me perdi? Em que espelho côncavo me
iluminei e descobri? Em que matéria decomposta me transformei?
O que temo agora, já que a vida me fez morrer com prazer?