30 de novembro de 2009

Viajar pela Suíça - pt III (Neuchatel)

Depois de Fribourg, onde visitei o Museu Suíço da Marioneta, (www.marionette.ch) um pequeno edifício na zona histórica e próxima do rio, parti da estação de comboios para Neuchatel. Neuchatel é uma cidade lindíssima, das que mais amei por terras helvéticas. Bem preservada, com as pessoas a circular maioritariamente a pé ou de bicicleta. Perdi-me nas ruas, no olhar sobre o lago de Neuchatel, que envolve toda a cidade. A cidade de manteiga, como lhe chamou o escritor Alexandre Dumas quando por ali esteve, pois a maior parte dos edifícios são de cor entre o creme e o beige. Edifícios históricos, fontes, pontes. Muito mais haverá para descrever, mas por ora fico-me pelas imagens. Apreciem! (Clicar na imagem para a aumentar).

Figura 1 -Maison des Halles, com as suas torres e esplanada
Figura 2 - Place des Halles, à noite






Figura 3 - A"cidade manteiga"

Figura 4 - Castelo de Neuchatel
(sede do governo cantonal)



6 de novembro de 2009

Viajar pela Suíça - pt II (Fribourg)

Depois de um dia inteiro em Bern, segui no comboio estatal da SBB-CFF-FFS (Schweizeriche Bündesbahnen/Chemins de Fer Fédéraux/Ferrovie Federali Svizzere). Não esquecer que a Suíça possui 4 línguas oficiais (Alemão/Francês/Italiano/Romanche). O Romanche é um dialecto minoritário, bastante antigo, do tempo dos romanos, que é apenas falado no leste do país, na fronteira com o Liechtenstein e a Áustria (Cantão de Graubünden). Para concluir, dizer que a Suíça é o país com mais linhas de comboio no mundo. A maior parte do país está coberta pelas linhas. Eis-me chegado a Fribourg. Ao contrário do que pensava, aqui fala-se predominantemente francês.
É sede do cantão com o mesmo nome, que existe desde 1481. É uma cidade moderna, com prédios, mas no centro histórico encontramos algumas belezas. A começar pela ponte de madeira sobre o rio Saane (ou Sarine), as fontes, os edifícios históricos, a catedral gótica de St. Nicolas, a fachada elegante do Hôtel de Ville (Câmara Municipal), com a escadaria e a torre de relógio (séc. XVI). Em frente, no largo, a fonte de São Jorge matando o dragão (1525). Para terminar, o Museu de Arte e História, o Museu Guttenberg e um curioso e bem bonito Museu Suíço da Marioneta. Depois, pelas ruas que descem até ao rio, casas góticas, casas pintadas, galerias, lojas e esplanadas. A seguir, imagens de Fribourg,foi fundada por Bertold IV de Zähringen, em 1157.

Em cima: Hôtel de Ville, a Câmara Municipal de Fribourg
Ao lado: Ponte de Berne sobre o Rio Sarine

5 de novembro de 2009

Viajar pela Suíça - parte I (Berna)

Vou começar hoje, finalmente, um conjunto de breves textos referentes às viagens que fiz este verão pela Suíça. Um país lindíssimo, com pessoas igualmente bonitas, em que nada do que vemos acontece por acaso. Os suíços são mestres do planeamento antecipado, do rigor nas contas, nos horários, no seu turismo imaculado. Xenófobos? Não me pareceu! Mesmo sem saber falar alemão, consegui comunicar com as pessoas, sempre com um sorriso e respeito por um simples viandante! Mesmo quando estive perdido ao cair do dia, ajudaram-me, deram-me boleia e eu fiquei eternamente grato. Ao ter o meu irmão a viver em Sion (Cantão de Valais),tudo se torna mais fácil, pelo menos para o início da viagem. Decidi comprar um passe, que os suíços possuem em variadas modalidades. Este passe dá para utilizar todos os transportes públicos a um preço barato, em especial o comboio. Mas também autocarros regionais, barcos entre os lagos maravilhosos que a Suíça tem. E claro, bicicletas pelo país, gratuitas, sempre que quisesse circular pelas cidades ou vilas. Preferi utilizar quase sempre o comboio e depois, ao chegar às cidades, fiz tudo a pé. Fiz dezenas de quilómetros em oito dias! E fiquei maravilhado!

Comecemos pelo início: conhecia mal muitas cidades importantes da Suíça. O meu desejo, em primeiro lugar era conhecer essas cidades e vilas, as sedes de alguns cantões (que são 26), o que fervilhava de pessoas, de cultura, de vivências, de paisagens nestes locais. Comecei de Sion, onde apanhei o comboio até Brig, onde tive de mudar de comboio, até à capital do país, Bern. Bern, vem do alemão (Bär), que deu origem a Bärn e depois Bern, que significa urso, pois o duque que fundou a cidade, Berthold V, em 1191, disse que daria o nome do povoado, ao primeiro animal que caçasse. E foi um pobre urso. Ainda hoje, o Cantão da Capital exibe esse urso na bandeira.
Bern é cidade património mundial da humanidade e tem muito para ver.
Desde fontes, edifícios históricos, a monumentalidade dos mesmos (da assembleia federal - o parlamento nacional, o teatro nacional, os museus, as praças, as igrejas), mas também as esplanadas nas ruas principais (fechadas aos carros, mas não às bicicletas e aos eléctricos), a calma, a ausência de confusão (apesar de ser a capital do país). Tudo aqui funciona bem, as pessoas têm uma excelente qualidade de vida. Apeteceu-me não sair mais daqui!
Adorei Bern! Coisas a ver: as praças e ruas do centro histórico (Bärenplatz, Marktgasse, Kramgasse, Gerechtigkeitgasse), o Münster (catedral Gótica do séc. XV), a Rathaus (Câmara Municipal, séc. XV, com fachada gótica), o rio Aare e as suas belas pontes. Do lado sul do rio, a zona nova da cidade, com os seus museus (a Kunsthalle-Museu de arte Moderna; o Museu dos Alpes Suíços - a topografia, a geografia, os hotéis de montanha suíços; o Museu de História de Bern - com as tapeçarias Borgonhesas do séc. XV), o Museu de Historia Natural (lindíssimo museu, muito bem documentado e organizado, com todos os animais possíveis e imaginários), o Museu das Comunicações, o Museu de Armas Suíço (a fama de grandes guerreiros mantém-se para os Suíços). No centro histórico está ainda o Kunstmuseum (Museu de Belas-Artes). Na zona mais elevada, junto à Universidade, está o Zentrum Paul Klee (um grande pintor Suíço, dos meus favoritos). Mais haveria a falar de Bern! Ficam as imagens, que valem por muitas frases!
Imagem 1 - Bundesplatz e o parlamento federal
Imagem 2 - Kramgasse com a Zytglogge (torre do relógio, do Séc. XVI - o Relógio Astronómico, obra de Caspar Brunner)



Imagem 3 - Centro
Histórico de Berna e
o Rio Aare (com a Nydeggbrücke)


Imagem 4 - Berna à noite, no centro histórico, junto ao rio Aare, na Junkerngasse, uma zona nobre e abastada
da cidade.



2 de novembro de 2009

As Palavras

As palavras estragam-nos o silêncio, meu amor.
As palavras ruborizam a pele clara do desejo,
uma canção triste ao despertar de um sorriso.
O olhar enviesado do passado é uma bússula
para os vindouros mares agitados da ruína.

Na carta de marear da nossa vida, há rotas
em que não nos propusemos navegar. A doce
maresia de um beijo, o prumo fugaz da vitória
são silêncios inquietos da memória e das
cicatrizes das correntes alteradas do mar.

As sílabas e as frases constroem castelos no ar.
Os parágrafos são barcos de papel que se afundam
na inconsequência das marés. Mas as palavras,
as palavras estragam-nos o silêncio, meu amor.