Poesia?
Poesia?
Que se foda a poesia
o teatro e todos os livros
Eles nunca me ensinaram
a morrer
nem a crescer saudável
A arte não serve para nada
a poesia só me consome
por dentro
e rói, rói
como bicho álacre
e sedento
E eu fico num pranto
por nunca ter escrito
um poema esdrúxulo
Por isso
abomino a poesia
e o amor
e a saudade
e o calor
das fonéticas apetecíveis
dos ditongos exagerados
do silabar dos teus lábios
dos vocábulos enamorados
Não, poesia
não me vais vencer
vou-te jogar
na sarjeta do esquecimento
E partir, sem norte
rumo ao torpor
da aldeia mais esconsa
Para morrer em paz
Que se foda a poesia
o teatro e todos os livros
Eles nunca me ensinaram
a morrer
nem a crescer saudável
A arte não serve para nada
a poesia só me consome
por dentro
e rói, rói
como bicho álacre
e sedento
E eu fico num pranto
por nunca ter escrito
um poema esdrúxulo
Por isso
abomino a poesia
e o amor
e a saudade
e o calor
das fonéticas apetecíveis
dos ditongos exagerados
do silabar dos teus lábios
dos vocábulos enamorados
Não, poesia
não me vais vencer
vou-te jogar
na sarjeta do esquecimento
E partir, sem norte
rumo ao torpor
da aldeia mais esconsa
Para morrer em paz
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