Carta a Cristiana
Olá. Escrevo-te esta carta, para te agradecer pelos cabelos ao vento.
Para agradecer as palavras e a abertura da tua pequena caixa de Pandora.
Os teus males são os males do mundo. Os odores são a inquietação na mente.
A saliva tem o sabor salgado da melancolia. O corpo todo dói-te nas aventuras
em que te meteste, secretamente, deambulando por aí à procura do teu olhar focado.
Depois, dou-te um abraço na maresia teatral, ao abrires a minha porta de casa
e eu mostrar-te o meu cérebro, apinhado de livros, de paisagens e sonhos. Voltei
a entrar em cena, e a rabiscar mais uma peça de teatro. Colorindo cartas e amores
e voltando ao lugar dos ditongos e das alegrias. Corro agora para ti, ao fechar esta
simples missiva. Espero que os correios ainda estejam abertos e selar, por fim, o amor
às palavras, ao nevoeiro da existência, aos desertos do mundo. Parece que vai chover.
Não sei se tenho mais para te dizer. Sei que posso deitar-me nos teus braços e
que vais amparar a queda das lágrimas sempre que elas queiram voltar à vida.
Como gostaria de ter um cão que me lambesse as feridas nos joelhos. E a minha avó
está bem, graças a deus e ao Reumon Gel. O gato Simão manda miaus e a minha tia
quer-te cá em breve, para te ensinar a fazer crochet. Manias de tias, que se há-de fazer?
Despeço-me agora, minha irmã. Sem salamaleques nem pechisbeques. Olha, esta rimou!
Não tenho muito jeito para isto, as despedidas. Conto ver-te em breve, num jardim
iluminado só para os dois, com pedras na mão, para atirar ao mar. Do resto da história,
não contamos a ninguém. Os segredos são para se guardar na memória do universo.
Adeus, fica no coração das estrelas.
P.S. - Não digas à mãe que estou constipado!
Para agradecer as palavras e a abertura da tua pequena caixa de Pandora.
Os teus males são os males do mundo. Os odores são a inquietação na mente.
A saliva tem o sabor salgado da melancolia. O corpo todo dói-te nas aventuras
em que te meteste, secretamente, deambulando por aí à procura do teu olhar focado.
Depois, dou-te um abraço na maresia teatral, ao abrires a minha porta de casa
e eu mostrar-te o meu cérebro, apinhado de livros, de paisagens e sonhos. Voltei
a entrar em cena, e a rabiscar mais uma peça de teatro. Colorindo cartas e amores
e voltando ao lugar dos ditongos e das alegrias. Corro agora para ti, ao fechar esta
simples missiva. Espero que os correios ainda estejam abertos e selar, por fim, o amor
às palavras, ao nevoeiro da existência, aos desertos do mundo. Parece que vai chover.
Não sei se tenho mais para te dizer. Sei que posso deitar-me nos teus braços e
que vais amparar a queda das lágrimas sempre que elas queiram voltar à vida.
Como gostaria de ter um cão que me lambesse as feridas nos joelhos. E a minha avó
está bem, graças a deus e ao Reumon Gel. O gato Simão manda miaus e a minha tia
quer-te cá em breve, para te ensinar a fazer crochet. Manias de tias, que se há-de fazer?
Despeço-me agora, minha irmã. Sem salamaleques nem pechisbeques. Olha, esta rimou!
Não tenho muito jeito para isto, as despedidas. Conto ver-te em breve, num jardim
iluminado só para os dois, com pedras na mão, para atirar ao mar. Do resto da história,
não contamos a ninguém. Os segredos são para se guardar na memória do universo.
Adeus, fica no coração das estrelas.
P.S. - Não digas à mãe que estou constipado!
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