O Palhaço e a Morte
Um azimute de silêncio
Na praça dos vencidos há ameixas podres em barda
na calçada suja dos amantes com narizes de palhaço [pobre]
Uma fresca árvore na neblina do mundo, ossos a estalar
de dor na fresta aberta da melancolia em doses cavalares [de putrefacção]
A síncope hedionda dos heróis
Uma larvar exegese na demanda do cio
Fragor sorumbático de uma bailarina-flor [Camélia]
E tu, vilão insurrecto de boca rasgada
na penitência da tua noite desabrigada [o amor ou a arte]
E há uma trapezista que canta a morte
no lodaçal bafiento desse labirinto de dor [Eponina]
Uma princesa nos escombros da filosofia
e ladrões que tocam com partitura a ópera-bufa
e o maestro agita a batuta estilhaçada em cacos [a obra-prima]
Caminhar por onde, nas grutas do devaneio?
Calcorrear a serra em demanda dos sonhos? [inquieta a criação]
E a Felicidade é uma poeta do real?
Perscrutando todos os movimentos
dos seres humanos na deriva da luz [subterrâneas paisagens]
De algum modo estamos sempre de passagem
Para sacrificar o amor é preciso render-se
à sorte da solidão criativa, levar ao extremo
o amor à arte, morrer de amores e resistir
à melodia frenética e dançante da paixão [o palhaço e a morte]
Esse era o mistério da árvore
Na genealogia da moral, um leve indício
de passado, esquecido no abismo do tempo
O presente impede a nossa passagem [gestos para nada]
Aguardamos uma mudança súbita, inesperada
para nos desprendermos de um fio de água
que nos refresque a memória para o êxodo [futuro anónimo]
Um azimute irreconhecível e ensurdecedor.
Na praça dos vencidos há ameixas podres em barda
na calçada suja dos amantes com narizes de palhaço [pobre]
Uma fresca árvore na neblina do mundo, ossos a estalar
de dor na fresta aberta da melancolia em doses cavalares [de putrefacção]
A síncope hedionda dos heróis
Uma larvar exegese na demanda do cio
Fragor sorumbático de uma bailarina-flor [Camélia]
E tu, vilão insurrecto de boca rasgada
na penitência da tua noite desabrigada [o amor ou a arte]
E há uma trapezista que canta a morte
no lodaçal bafiento desse labirinto de dor [Eponina]
Uma princesa nos escombros da filosofia
e ladrões que tocam com partitura a ópera-bufa
e o maestro agita a batuta estilhaçada em cacos [a obra-prima]
Caminhar por onde, nas grutas do devaneio?
Calcorrear a serra em demanda dos sonhos? [inquieta a criação]
E a Felicidade é uma poeta do real?
Perscrutando todos os movimentos
dos seres humanos na deriva da luz [subterrâneas paisagens]
De algum modo estamos sempre de passagem
Para sacrificar o amor é preciso render-se
à sorte da solidão criativa, levar ao extremo
o amor à arte, morrer de amores e resistir
à melodia frenética e dançante da paixão [o palhaço e a morte]
Esse era o mistério da árvore
Na genealogia da moral, um leve indício
de passado, esquecido no abismo do tempo
O presente impede a nossa passagem [gestos para nada]
Aguardamos uma mudança súbita, inesperada
para nos desprendermos de um fio de água
que nos refresque a memória para o êxodo [futuro anónimo]
Um azimute irreconhecível e ensurdecedor.
1 Comments:
;)
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