6 de abril de 2011

Esperança Final

Há um tapete na escória do mundo
um leve agitar de dedos na hedionda
memória fálica dos humanos

Não sei a quem pedir contas pela miséria
já me esqueci há muito de lugares sagrados

O tempo actual é uma afasia dos sentidos
perambula-se no estrépito da vaidade
e invoca-se o crisol dos dias aziagos

Estórias de tormentos e leviandade no
mesmo cadinho de emoções alarves

Há quem tema a sofreguidão dos dias
mas há quem se divirta à custa do lixo
em que muitos vivem, faces conspurcadas
de dor, submissos olhares de melancolia

E para quê tudo isto? Que ganância vos
foi imposta ó gente vil e ensimesmada?

É o tempo das águas marinhas revolverem
a eito toda esta insanidade, esta salobra
vivência do mundo. Arrasar com a máquina
poderosa e cinzenta, anónimo estupro da
humanidade. Que as gaivotas se alimentem
do teu féretro, treva insossa e desprezível

Há um vislumbre inquieto na fímbria do tempo
rostos desnudos na virtude dos olhares
esperança final nos sonhos do poeta

1 Comments:

Blogger a saber usou da palavra

terra e mar um dilema do homem.

06 abril, 2011 22:50  

Enviar um comentário

<< Home