Síndrome de Estocolmo
Foram longos os dias em que ouvi aquele jazz entusiasmante na tua casa.
Fizeste-me teu refém sem direitos nem protecção. Dizias-me simplesmente:
- Ouve e cala-te! Aprende! Isto se queres viver por longo tempo!
E lá fui aguentando e ouvindo essa música que a princípio seria a minha
tortura, mas, lentamente, a música entranha-se no ouvido, depois na
cabeça e sem dar por isso, já estava viciado nos teus sons da improvisação.
Um dia disseste-me que podia ir embora daquela casa, mas eu já não
queria. Estava preso à tua melodia, ao teu cárcere. Senti-me atraído
por ti, pelo modo como me prendeste a uma música tão agradável e
que queria conhecer mais minuciosamente. - Coitado, dizias tu.
- Mais um com o Síndrome de Estocolmo! Ficaste apanhadinho
pela tua raptora, que te tem tratado mal!? Que ingénuo me saíste!
E agora sai, vai-te embora de vez! Não me apoquentes mais com
as tuas paixonetas infantis! Senão, irrito-me de vez!
Mas na sua voz, já havia pouca convicção, sentira-o! Era tempo para
demonstrar de uma vez por todas que aquela música tinha sido a
minha salvação. Embora encarcerado e preso à cadeira, todos os
sentidos fluíram num só sentido. E pude assim pôr todas as ideias
no lugar. - Foste a minha salvação! Só te queria dizer que amo
agora a música que me deste a ouvir. Foste a minha redenção
no meu mundo solitário e sem sentido. Acho que te amo, por
me teres salvo do estertor e da frieza de sentidos. Tenho agora
a nítida ideia de que só te posso amar com fervor e paixão
infinitas. Resgatares-me de um mundo de perdições e confusas
rotas sem valores nem rumos claros. Amo-te como se fosses
feita de uma pureza infinita, como se fosses a primeira voz
a sussurrar o amor em melopeias sem fim.
E agora, não quero parar de escrever e descrever-te.
Explicar o que é o amor para mim. Não é dessa mole
de moléculas vazias e infantis como retrataste. É feito
de partilha, de escutas e comunicações. Do mesmo fio
de respeito que demonstraste, ao refugiares-me aqui.
Não! O que fizeste não foi prender-me, foi libertares-me
do jugo do mundo ímpio e conspurcado. Por isso o teu
amor foi infinito e por isso o meu amor é recíproco e
pleno de vitalidade. Agora, quero alimentá-lo todos
os dias como tu o fizeste, com o jazz que me deste a
ouvir naquela sala grande e agora agradável, com
vista sobre a cidade e o teu rosto de sonho. Amo-te
mais do que a vida! Podes matar-me quando quiseres!
Fizeste-me teu refém sem direitos nem protecção. Dizias-me simplesmente:
- Ouve e cala-te! Aprende! Isto se queres viver por longo tempo!
E lá fui aguentando e ouvindo essa música que a princípio seria a minha
tortura, mas, lentamente, a música entranha-se no ouvido, depois na
cabeça e sem dar por isso, já estava viciado nos teus sons da improvisação.
Um dia disseste-me que podia ir embora daquela casa, mas eu já não
queria. Estava preso à tua melodia, ao teu cárcere. Senti-me atraído
por ti, pelo modo como me prendeste a uma música tão agradável e
que queria conhecer mais minuciosamente. - Coitado, dizias tu.
- Mais um com o Síndrome de Estocolmo! Ficaste apanhadinho
pela tua raptora, que te tem tratado mal!? Que ingénuo me saíste!
E agora sai, vai-te embora de vez! Não me apoquentes mais com
as tuas paixonetas infantis! Senão, irrito-me de vez!
Mas na sua voz, já havia pouca convicção, sentira-o! Era tempo para
demonstrar de uma vez por todas que aquela música tinha sido a
minha salvação. Embora encarcerado e preso à cadeira, todos os
sentidos fluíram num só sentido. E pude assim pôr todas as ideias
no lugar. - Foste a minha salvação! Só te queria dizer que amo
agora a música que me deste a ouvir. Foste a minha redenção
no meu mundo solitário e sem sentido. Acho que te amo, por
me teres salvo do estertor e da frieza de sentidos. Tenho agora
a nítida ideia de que só te posso amar com fervor e paixão
infinitas. Resgatares-me de um mundo de perdições e confusas
rotas sem valores nem rumos claros. Amo-te como se fosses
feita de uma pureza infinita, como se fosses a primeira voz
a sussurrar o amor em melopeias sem fim.
E agora, não quero parar de escrever e descrever-te.
Explicar o que é o amor para mim. Não é dessa mole
de moléculas vazias e infantis como retrataste. É feito
de partilha, de escutas e comunicações. Do mesmo fio
de respeito que demonstraste, ao refugiares-me aqui.
Não! O que fizeste não foi prender-me, foi libertares-me
do jugo do mundo ímpio e conspurcado. Por isso o teu
amor foi infinito e por isso o meu amor é recíproco e
pleno de vitalidade. Agora, quero alimentá-lo todos
os dias como tu o fizeste, com o jazz que me deste a
ouvir naquela sala grande e agora agradável, com
vista sobre a cidade e o teu rosto de sonho. Amo-te
mais do que a vida! Podes matar-me quando quiseres!
1 Comments:
boa música(s).
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