Geografias da Memória
Na latitude do desejo, o cabo do mundo. No medo das falésias por desbravar, o precipício
inodoro e cru. Na apneia dos mergulhos inquietos, socorres-te das braçadas no infinito.
Um ror de gente no lido de Faro! E um farol no tômbolo de Peniche. Dizem que é Ria, mas
eu aprendi que havia uma laguna em Aveiro. Não se ria menina, da minha inquietação pelo
desconhecido. Voltando à Formosa, essa toalha espraiada no Sotavento, descubro búzios de
ecos longínquos. Podem ter vindo de Cós, como a Sophia os trouxe sempre até nós, dessa
ancestral e luminosa Grécia solar. Retomo a bússula da imaginação, calcorreando agora as
serranias mais inusitadas. Espinhaço de Cão é um bonito nome para segredar ao ouvido o
meu amor por ti, paisagem agreste e ventosa da dúvida. No Caldeirão, agarro-me a um
sobreiro prenhe de cortiça, pronta a desbastar ao fim destes 9 anos de gravidez.
Gostava tanto das viagens ao som da mais leve maresia, na fímbria do mar mais delicada.
Por ora, a salsugem turge-me os sentidos, inflama os meus olhos marejados de paixão.
A crepitar nas nuvens, as aves circundam-me num perfeito planar de observação aos
meus denodados passos. Depois de tanto cirandar, descanso junto àquele algar secreto.
É nessa gruta que me volto a socorrer, abismado do mundo e dos seres perfeitos que
deambulam à minha volta. Volto a ser como Sebastião da Gama, aprisionado no seu
eremitério nas faldas da Serra da Arrábida. Mas eu sou apenas um pobre infeliz que
perambula nas matas da utopia. Deito fogo ao deserto do meu ser e extingo-me num
ápice, cinza mineral para alimentar a terra forte e perene, musa inspiradora e letal.
inodoro e cru. Na apneia dos mergulhos inquietos, socorres-te das braçadas no infinito.
Um ror de gente no lido de Faro! E um farol no tômbolo de Peniche. Dizem que é Ria, mas
eu aprendi que havia uma laguna em Aveiro. Não se ria menina, da minha inquietação pelo
desconhecido. Voltando à Formosa, essa toalha espraiada no Sotavento, descubro búzios de
ecos longínquos. Podem ter vindo de Cós, como a Sophia os trouxe sempre até nós, dessa
ancestral e luminosa Grécia solar. Retomo a bússula da imaginação, calcorreando agora as
serranias mais inusitadas. Espinhaço de Cão é um bonito nome para segredar ao ouvido o
meu amor por ti, paisagem agreste e ventosa da dúvida. No Caldeirão, agarro-me a um
sobreiro prenhe de cortiça, pronta a desbastar ao fim destes 9 anos de gravidez.
Gostava tanto das viagens ao som da mais leve maresia, na fímbria do mar mais delicada.
Por ora, a salsugem turge-me os sentidos, inflama os meus olhos marejados de paixão.
A crepitar nas nuvens, as aves circundam-me num perfeito planar de observação aos
meus denodados passos. Depois de tanto cirandar, descanso junto àquele algar secreto.
É nessa gruta que me volto a socorrer, abismado do mundo e dos seres perfeitos que
deambulam à minha volta. Volto a ser como Sebastião da Gama, aprisionado no seu
eremitério nas faldas da Serra da Arrábida. Mas eu sou apenas um pobre infeliz que
perambula nas matas da utopia. Deito fogo ao deserto do meu ser e extingo-me num
ápice, cinza mineral para alimentar a terra forte e perene, musa inspiradora e letal.
2 Comments:
:'-)*
lindo o conhecimento que vou ter quando chegar ao que conheces.
Enviar um comentário
<< Home