24 de fevereiro de 2010

De Composição

Nasci do epitélio dos mortos. Formei-me da decomposição das matérias.
Sou apenas uma ínfima parte de um átomo, mordiscando o elo da natureza
mais débil. Na destruição dos ecossistemas, já não há um caminho possível.
Apenas o labirinto de Creta, Dédalo e Ícaro no horror da finitude. Homens
sós, na maledicência do mundo ávido de progresso. São as cabeças no ar
do poder. Resta-nos o universo dos sonhadores e dos inocentes para salvar
o que ainda é possível. No ocaso em que me encontro, abro os braços à terra
para me consumir na corola dos vivos. Desprendo-me agora, em partículas
assinaláveis de amor e humanismo. Para que nasça uma rosa de esperança.

1 Comments:

Blogger a saber usou da palavra

com posição também e um {}

25 fevereiro, 2010 22:04  

Enviar um comentário

<< Home