4 de janeiro de 2010

Um homem 100 qualidades

Diotima, cárcere nebulosa e fria. Nas ameias do inferno, hibernastes.
Carácter plenipotenciário da noite que és, fístula abrigada da dúvida,
um sorvedouro de tensões e memória imaterial dos mortos.

Levádia, orionte factual e oxímoro da vida. Mordaça infecta e lacustre.
Enxofre balsâmico e termal. Na romana Flaviae, discutimos as ágoas
internacionais que sobrevoam o mundo da abnegação.

Foi na tua rua, Sofia, que te encontrei. Coimbra de teu nome, desviei
as hostes para o pátio. Dos condenados não reza a crónica, apenas que
se chama da Inquisição. Na cerca exterior, palácios-fronteira fazem jus
à deusa Talma. Iconografias do saber demiúrgico, breve assintonia nas
dramaturgias da paixão. Desço as escadas e procuro a frente de casa.
Não quero mais bilhetes gratuitos nas casas onde a farsa é maior que a vida!