24 de junho de 2009

Estou Morto e Arrefeço

Desta feita chegavas à Austrália. Estavas mais magra. Do outro lado do mundo,
nos antípodas, como dizem os que professam a sabedoria dos lugares vindouros,
chegavas plena de felicidade. Sempre em descoberta dos sentidos! Dás-me raiva
ao ver-te assim, desnuda e pueril! Depois, Nova Zelândia. Mas quando vais parar?

E eu aqui, bem longe, a ver os teus percursos, deambulações do eterno retorno.
Regressas sempre da vida, da avidez gastronómica dos sentidos. Deixo a pimenta
da Caiena e procuro o Caril dos desejos. Só as especiarias me dão alento à sedução.
Tudo o resto é vazio, sorte, acaso. Estou morto e arrefeço na tua rota de ida e volta.