6 de maio de 2009

A Propósito da Feira do Livro 2009

"A Literatura é perfeitamente inútil. A sua única utilidade é que ela ajuda-nos a viver."
Claude Roy, Escritor
É por isto que fui ontem e continuarei a comprar livros. Não vou à Feira do Livro, vou
dialogar com eles, os livros. Os livros são como as pessoas: uns mais altos, outros mais
gordos, outros minúsculos, outros com uma óptima aparência, outros discretos, alguns
gastos pelo tempo, usados, dobrados, tisnados e amarelados pelo sol. Outros ainda por
abrir, ingénuos, ainda por rasgar as suas páginas com uma faca (Edições Sá da Costa).
Mas mais importante que isso, é quando se abrem (as suas bocas?). Quando comunicam
connosco. O que nos têm a dizer. Aí temos os bacocos, os inúteis, os fúteis, os clássicos,
os imponentes, os vaidosos, os amorosos, os desastrosos, os irónicos, os divertidos, os
solenes, os religiosos, os ateus, os comunistas, os situacionistas. Enfim, os que promovem
a guerra, os que promovem a paz, os que votam, os que não votam, os moribundos,
os esquecidos, os abandonados (vide em Alfarrabistas), enfim, uma plêiade de homens-
-livros. Eu prefiro os bons! Os que me tocam, que me olham nos olhos, que me estimulem
intelectualmente (quantos livros para a infância estimulam-me mais que outros "ditos"
para os adultos?), que me convidem de soslaio, com charme, sem alarido e sem pressa
num tom apaixonado: "- Queres levar-me para casa?"

1 Comments:

Blogger a saber usou da palavra

o importante é a química.

06 maio, 2009 22:07  

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