Abjecto Cinismo
Inconstante. Apelo à calma dos deuses. Na opípara região abdominal, ha faunos que circulam
madrugada dentro. Sorrisos embevecidos e escárnios de louvor. Quero-te aprisionada e dolente,
chuva fugaz, indómita paisagem do desalinho. Em fátuas recordações, anuncio a despedida,
uma calma permanente e inusitada apodera-se do corpo em decomposição. Há males que vêm
por quem? Pela desidratada pele de um romance apetecível. Há horas de horror quando se
presencia o linguajar hermético e fecundo. Prefiro a vacuidade das horas e do estertor ainda
no meio da praça. Depois não me venham falar de canções e fugas! Nem de princesas passeando
por entre os laranjais. Se a desdita é perene, então assimila-se o cinzento dos mares e o suor
dos espíritos da terra. Não há bolor que soçobre perante a ignomínia, traços grossos de um
desenho bem temperado de capricho. Farto de gritar ao sol a perfidez do silêncio, termino a
missiva dos pobres num barracão ancorado de sonhos e flutuações de crença. Não há pérolas
com que me possa nutrir. Acabou-se a era da engorda do pranto. Resta-me esquartejar o
presunto fumado, enchido salgado de mim, afasia intrépida e constante, rumor macilento,
espuma esconjurada, fétida monção devalante no augúrio funesto da minha hedionda vida.
madrugada dentro. Sorrisos embevecidos e escárnios de louvor. Quero-te aprisionada e dolente,
chuva fugaz, indómita paisagem do desalinho. Em fátuas recordações, anuncio a despedida,
uma calma permanente e inusitada apodera-se do corpo em decomposição. Há males que vêm
por quem? Pela desidratada pele de um romance apetecível. Há horas de horror quando se
presencia o linguajar hermético e fecundo. Prefiro a vacuidade das horas e do estertor ainda
no meio da praça. Depois não me venham falar de canções e fugas! Nem de princesas passeando
por entre os laranjais. Se a desdita é perene, então assimila-se o cinzento dos mares e o suor
dos espíritos da terra. Não há bolor que soçobre perante a ignomínia, traços grossos de um
desenho bem temperado de capricho. Farto de gritar ao sol a perfidez do silêncio, termino a
missiva dos pobres num barracão ancorado de sonhos e flutuações de crença. Não há pérolas
com que me possa nutrir. Acabou-se a era da engorda do pranto. Resta-me esquartejar o
presunto fumado, enchido salgado de mim, afasia intrépida e constante, rumor macilento,
espuma esconjurada, fétida monção devalante no augúrio funesto da minha hedionda vida.
3 Comments:
Expressão de leitura tua que lembram leituras minhas. Gosto que me faças lembrar do que li e do que não li.
olá, estou de regresso. Vejo que o bom gosto e o trabalho ainda são palavra de ordens. Parabéns, sempre.
também gostei.
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