21 de setembro de 2007

Dor Pretérita (Mais-Que-Perfeita)!

Muralha do pranto, sono leve e circunspecto,
os horrores da guerra na falácia de um beijo
Perene folha a deambular nas estradas da vida
auroras boreais, uma circumnavegação de vozes
que amparam os rostos úteis da caminhada.

Círculos de pó na língua afilada e comprida, coroa
de espinhos na memória dos opressores! Penugem
de silêncio na modorra do teu retorno, invisível paixão
dos lugares e das tormentas. Já basta de mar, de enjoo!
A neblina matinal é uma previsão lógica do tempo perdido.

Espoleta de canais e túrgidos frutos na benesse visual,
ocarina de barro no chão, calçada desfeita em sangue
que suga o medo, matéria dos teus sonhos diluídos em
néctar visceral e brando. Perto daquela casa há odor
de chumbo, gasóleo derramado na salsugem do teu desejo.

Que cidades e céus vislumbram a minha insónia?
Esta dor agonizada do mundo é a minha amnésia
consciente de te não ter, felicidade. No limbo da falésia
perscruto a sólida condição em que me encontro, desnorteado
da vida e dos clamores ruidosos da vitória dos iludidos!