O Herbário de Cesário
Prestamista do meu desejo
a líquida face da corola
está ausente
no teu fiel jardineiro
Abundantes magnólias
da tua erosão inquieta
ensimesmavas a quintessência
do teu olhar absorto
em nímbicas transformações
Corroídos de medo
os palácios de Inverno
desaguaram na memória
dos epitáfios cinzentos
Bafientas doses de calor
na madressilva murcha
de tanto contar
os amores do mundo
Tectónicas rugosidades
na esfera armilar
do teu desejo secreto
Não vou contar
os segredos ínfimos
da tua boca saídos
Uma nova era de espanto
nasceu da deriva dos continentes
A Pangea inicial partiu-se
em bocados rígidos
do meu biscoito fabricado
para a viagem à Índia
Os deuses Eolos ajudaram
na missão de te salvar
da escorbútica pele
e dos dentes ensanguentados
A toda a vela, rumores de cais
ancorados na mais profunda
quietude do tempo
abraçaram os mareantes
do devir infinito
Aportados na bruma do mato
descansamos de tão frágeis
utopias e corpos tão diáfanos
De volta à vida, o corrupio
de silvos lancinantes
acordam-me da guerra
dos nervos da savana
Já deixei o teu solo ancorado
na profusão do beijo insosso
e parti para o meu estilete frio
na madrugada do lírio do campo
Na vereda do olhar inquieto
açaimo agora a pulsão
dos dias percorridos
e atravesso um mar de espelhos
na poética ondulante dos girassóis
a líquida face da corola
está ausente
no teu fiel jardineiro
Abundantes magnólias
da tua erosão inquieta
ensimesmavas a quintessência
do teu olhar absorto
em nímbicas transformações
Corroídos de medo
os palácios de Inverno
desaguaram na memória
dos epitáfios cinzentos
Bafientas doses de calor
na madressilva murcha
de tanto contar
os amores do mundo
Tectónicas rugosidades
na esfera armilar
do teu desejo secreto
Não vou contar
os segredos ínfimos
da tua boca saídos
Uma nova era de espanto
nasceu da deriva dos continentes
A Pangea inicial partiu-se
em bocados rígidos
do meu biscoito fabricado
para a viagem à Índia
Os deuses Eolos ajudaram
na missão de te salvar
da escorbútica pele
e dos dentes ensanguentados
A toda a vela, rumores de cais
ancorados na mais profunda
quietude do tempo
abraçaram os mareantes
do devir infinito
Aportados na bruma do mato
descansamos de tão frágeis
utopias e corpos tão diáfanos
De volta à vida, o corrupio
de silvos lancinantes
acordam-me da guerra
dos nervos da savana
Já deixei o teu solo ancorado
na profusão do beijo insosso
e parti para o meu estilete frio
na madrugada do lírio do campo
Na vereda do olhar inquieto
açaimo agora a pulsão
dos dias percorridos
e atravesso um mar de espelhos
na poética ondulante dos girassóis
2 Comments:
sou "olhar inquieto" devo mudar?
Nunca!
Um olhar inquieto
já tem em si tanto movimento, tanta energia, que tudo está
em alteridade permanente!
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