18 de janeiro de 2007

Geoclimas da Memória

Altas Temperaturas
Desertos pálidos
Nauseabundos odores
dos corpos infectos

Nos fornos, inflama-se
o ódio nas mentes do temor
A paz sobrevive nas
minúsculas ervas daninhas

Corpos exauridos
na ferrugem dos dias
O são e o louco juntos
para mais uma partida!

Tempestades de areia,
o arfar seco dos dromedários
na duna incomensurável
e sem oásis à vista

Salvei-te da tundra do meu olhar,
da gélida superfície do meu corpo.
Qual floresta tropical, varreste de
chuva e encanto o meu horizonte

A neve do meu desejo
é o estio da tua vida!
Lacrimejas a memória de encanto
na bruma do meu cais desabrigado.