Balada dos Espectros Outonais (ao Piano)
Cansaço!
Novembro quente
nos soutos desabrigados
Castanhas em redor do lume
o frémito da reunião das almas
num círculo de conversas
A água-pé, a Jeropiga
Báquicas tergiversações
e o descanso dos sentidos
Imperial memória
destes pequenos dias
em que o frio se infiltra no rosto
Sentimentos únicos, a saudade
de te tocar poucas vezes,
de só te sentir de tempos a tempos
Benditos dias de melancolia
de neve eternal
de polícromas folhas caíndo
a teus pés
E as grossas gotas de chuva
na janela do teu quarto?
Nevoeiros cerrados,
Vento intempestivo
e uma manhã de vozes
e rostos que se encontram
no mercado mensal da aldeia
Tardes frias, sol de vistas curtas
e noites de paixão, de solidão,
de ternura, de escuta
O Outono é a estação
da escuta
dos silêncios boreais
o frenesi da natureza
o dealbar da vida
Ler o jornal, escutar a rádio
com aquelas vozes especiais
tempo de aprendizagem,
um serão no teatro
a poucas mãos tocado
Nas ruas, poucas pessoas,
os bares abrigam ainda
os últimos amantes românticos
Especiais cuidados a ter
na esfera do indizível
nesta efémera estação
São muitas rotas para me perder...
...e encontrar-me cansado!
Novembro quente
nos soutos desabrigados
Castanhas em redor do lume
o frémito da reunião das almas
num círculo de conversas
A água-pé, a Jeropiga
Báquicas tergiversações
e o descanso dos sentidos
Imperial memória
destes pequenos dias
em que o frio se infiltra no rosto
Sentimentos únicos, a saudade
de te tocar poucas vezes,
de só te sentir de tempos a tempos
Benditos dias de melancolia
de neve eternal
de polícromas folhas caíndo
a teus pés
E as grossas gotas de chuva
na janela do teu quarto?
Nevoeiros cerrados,
Vento intempestivo
e uma manhã de vozes
e rostos que se encontram
no mercado mensal da aldeia
Tardes frias, sol de vistas curtas
e noites de paixão, de solidão,
de ternura, de escuta
O Outono é a estação
da escuta
dos silêncios boreais
o frenesi da natureza
o dealbar da vida
Ler o jornal, escutar a rádio
com aquelas vozes especiais
tempo de aprendizagem,
um serão no teatro
a poucas mãos tocado
Nas ruas, poucas pessoas,
os bares abrigam ainda
os últimos amantes românticos
Especiais cuidados a ter
na esfera do indizível
nesta efémera estação
São muitas rotas para me perder...
...e encontrar-me cansado!
6 Comments:
Saudade tambem eu tenho, e embora tambem cansado, bem vinham umas castanhas quentinhas e um copo de jeropiga.
Um bom fim de semana.
Estva na ideia que fosse: Balada da Praia dos Cães...de Cardoso Pires!!!
abraço
RPM
Balada a duas mão tocada.
Na praia, com ou sem cães.
Com cães mas sem praia, que estamos no outono, Outubro, Novembro, doce consolação entre o calor de S. Martinho e o Frio do Interior, das Feiras de Fumeiros de Vinhais, Montalegre, Seia, Manteigas, Gouveia, Monchique. Aquele frio rigoroso, interior, agreste.
Portugal-nação que amo, que vibro com as suas terras, as suas diferenças. Amar a Guarda, cidade mais alta, mas também mais Fria, Farta, Forte e Feia!? Feia, não pode ser! Fiel, sim! Fascinante!
E a aldeia mais alta de portugal? O Sabugueiro! Concelho de Seia, Sabugueiro é Social, Saudável, Santa, Severa! Vila dos esses.
E Tondela? Com o seu Tom, o seu Teatro, a Tertúlia, a Temperança!
Cidade dos tês!
E Barreiro? Cidade dos Barcos, Bondosa, Bonacheirona, Baixa!
É, estes dias convidam mesmo ao recolhimento, à hibernação da cibernação, à melancolia...
Mas gosto muito de jeropiga e castanhas. Aliás tenho para mim (e para tim e para nozes e vozes) que as castanhas são - como dizê-lo - o gás das nossas vidas nestes dias pardacentos.
O verdadeiro Propano do ambiente caseiro! A verdadeira menina do gás Butano!
Entre o Butano, o Propano, o Etano e o Metano, dão-nos cabo do tutano por tuta e meia.
Pé de meia, meia-praia, água da praia, água-pé!
Tudo dito!
Balada bem badalada. Gostar eu gosto do gosto de Agosto. Saudade sentida eu sinto dos sentimentos sorripiados e já sepultados. Quem come castanhas quentes quer queimar o queixo sem um queixume.
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