Os Humanos Teatros
Apetece-me postar. Postar sobre postulados.
Postar sobre a vida. Gostar da vida. Não ter medo da morte.
Amar a arte. Arte do efémero, o teatro.
Ficar preso na corrente. Prender-se! Atar os pulsos numa tensão nervosa.
A pulsão de escrever. A pulsão de comunicar. Por isso ficar preso! Prender-se, refugiar-se num teatro, barricar-se. Rivalizamos com os Rivolis da nossa vida. Porque nos fazem morrer de inveja. Um teatro é bem mais bonito que nós! Um edifício galante, belo. Como a antiguidade pode ser bela! Já pensaram nisto? A beleza não é só para a juventude! É mais belo o Teatro Nacional Dona Maria II, ou o São João, ou o Tivoli, ou Rivoli, do que um CCB. É verdade! Fechar-se num teatro, conviver com ele, aprender com as suas memórias e histórias, faz todo o sentido. Temos muito a aprender com os teatros, podemos aprender muito nos teatros. Os teatros são sábios que não têm medo de falar sobre tudo aquilo que sabem, não são egoístas, são humanistas, acolhem-nos bem, desnudam-se, falam de si sem preconceitos.
Apetece-me casar com um teatro, sei que ele me será sempre fiel, que não se irá embora, que me vai continuar a contar imensas estórias, nunca se farta de nós. Nós sim, por vezes fartamo-nos deles, não os vamos visitar, mesmo quando estão doentes, à beira da falência, ou quando alguém os agride. O Rivoli foi agredido, tem sido agredido. Há quem não goste dos teatros, há homens maus que os detestam, que os querem vender, dá-los a quem pode prostituí-los, vendê-los ao desbarato, lucrar com os teatros. Em vez de contar histórias, querem fazê-lo empresa, com gente ávida de dinheiro, de casa cheia de casacas bonitas e opulentas, mas de cabeças ocas, sujas, pequenas cabeças, grandes vestimentas. Investimentas, Investimos no amor, os teatros investem o seu amor aos homens, e não podem ser os homens a dar amor à força aos teatros. Que a relação parta sempre da beleza, da experiência de vida. Instalar-se confortavelmente num teatro, fazer dela a casa dos sonhos, faz parte de quem ama o teatro, os teatros. Quem trabalha muito, sua muito, para sonhar com aquele amor imposível, viver naquele teatro, nem que seja por breves momentos, mas de grande felicidade. Tenho tantos sonhos com o Rivoli, com os Teatros Nacionais, quero tanto viver com ele, contactar com a sua madeira, o seu soalho, as suas pedras, andar sobre ele, adormecer com ele, dormir com ele, acordar com ele, os teatros são o amor intenso dos artistas. Por isso eles dormem no Rivoli. Ele está agradecido, ele está feliz por lhe terem dado finalmente, a importância que devia ter sempre. Que tenhas uma vida longa Rivoli, que tenham todos vidas longas, que não os deixem levar para a prostituição, que façam aquilo que sempre fizeram e que mais amam: contar estórias aos homens sensíveis, abraçar o colectivo dos espectadores, num fraterno sorriso de felicidade!
Postar sobre a vida. Gostar da vida. Não ter medo da morte.
Amar a arte. Arte do efémero, o teatro.
Ficar preso na corrente. Prender-se! Atar os pulsos numa tensão nervosa.
A pulsão de escrever. A pulsão de comunicar. Por isso ficar preso! Prender-se, refugiar-se num teatro, barricar-se. Rivalizamos com os Rivolis da nossa vida. Porque nos fazem morrer de inveja. Um teatro é bem mais bonito que nós! Um edifício galante, belo. Como a antiguidade pode ser bela! Já pensaram nisto? A beleza não é só para a juventude! É mais belo o Teatro Nacional Dona Maria II, ou o São João, ou o Tivoli, ou Rivoli, do que um CCB. É verdade! Fechar-se num teatro, conviver com ele, aprender com as suas memórias e histórias, faz todo o sentido. Temos muito a aprender com os teatros, podemos aprender muito nos teatros. Os teatros são sábios que não têm medo de falar sobre tudo aquilo que sabem, não são egoístas, são humanistas, acolhem-nos bem, desnudam-se, falam de si sem preconceitos.
Apetece-me casar com um teatro, sei que ele me será sempre fiel, que não se irá embora, que me vai continuar a contar imensas estórias, nunca se farta de nós. Nós sim, por vezes fartamo-nos deles, não os vamos visitar, mesmo quando estão doentes, à beira da falência, ou quando alguém os agride. O Rivoli foi agredido, tem sido agredido. Há quem não goste dos teatros, há homens maus que os detestam, que os querem vender, dá-los a quem pode prostituí-los, vendê-los ao desbarato, lucrar com os teatros. Em vez de contar histórias, querem fazê-lo empresa, com gente ávida de dinheiro, de casa cheia de casacas bonitas e opulentas, mas de cabeças ocas, sujas, pequenas cabeças, grandes vestimentas. Investimentas, Investimos no amor, os teatros investem o seu amor aos homens, e não podem ser os homens a dar amor à força aos teatros. Que a relação parta sempre da beleza, da experiência de vida. Instalar-se confortavelmente num teatro, fazer dela a casa dos sonhos, faz parte de quem ama o teatro, os teatros. Quem trabalha muito, sua muito, para sonhar com aquele amor imposível, viver naquele teatro, nem que seja por breves momentos, mas de grande felicidade. Tenho tantos sonhos com o Rivoli, com os Teatros Nacionais, quero tanto viver com ele, contactar com a sua madeira, o seu soalho, as suas pedras, andar sobre ele, adormecer com ele, dormir com ele, acordar com ele, os teatros são o amor intenso dos artistas. Por isso eles dormem no Rivoli. Ele está agradecido, ele está feliz por lhe terem dado finalmente, a importância que devia ter sempre. Que tenhas uma vida longa Rivoli, que tenham todos vidas longas, que não os deixem levar para a prostituição, que façam aquilo que sempre fizeram e que mais amam: contar estórias aos homens sensíveis, abraçar o colectivo dos espectadores, num fraterno sorriso de felicidade!
5 Comments:
.....é! esquecemo-nos de muita coisa, abandonamos ainda mais, ironia das ironias, abandonamos sobretudo, aquilo que nos faz mais felizes.......
Bom dia
a ideia de mostrar o descontentamento foi engraçada
o aproveitamento vergonhoso
Aproveitamento de quem?
Já agora seria interessante falar sobre isso.
Lembro-me! No nono ano o meu aproveitamento era fraquinho, até que me ameaçaram que me arriscava a ficar retido.
Retido, eu? Que quereria isso dizer? Lá tive de me esforçar e correu tudo bem. Haja aproveitamento.
Retido, na retenção inaudita
dos líquidos.
Ah! Bexiga a quanto obrigas!
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