performance
alcançou o teatro vindo do jardim situado nas traseiras, munido do bilhete.
estava tudo pronto e o espectáculo podia enfim começar.
o espectador-carrasco tinha diante de si duas pessoas nuas, deitadas de costas, um instrumento de corte semelhante a um serrote e algumas toalhas.
principiou a mutilar os artistas-vítimas, alternadamente, começando por decepar os membros posteriores e passando depois para as mãos, em cortes de cerca de 15 centímetros de perna ou braço de cada vez.
como clientes de um talho escolhendo a carne, os artistas-vítimas apontavam a zona onde pretendiam que o carrasco fizesse a próxima amputação: "aqui, se faz favor".
por vezes tornava-se necessário limpar o instrumento de corte do sangue acumulado, servindo-se para isso das toalhas à disposição.
o sangue não esguichava em grandes jorros, como nos filmes gore; era como a cortar um órgão esponjoso, e o sangue acumulava-se nas zonas de corte.
de quando em vez o espectador-carrasco perguntava aos artistas-vítimas se se sentiam bem: a resposta era afirmativa, eles tinham a atitude vagamante sofredora mas conformada de alguém que se presta a um pequeno sacrifício em prol de algo maior, como os que ficam dias seguidos agarrados a um carro num centro comercial, sabendo que o último ficará com ele.
o carrasco-espectador mantinha-se impassível, com uma frieza clínica, mas depois do quarto ou quinto corte, tomou consciência da dor que estava a infligir aos artistas-vítimas. e despertou, inquieto.
estava tudo pronto e o espectáculo podia enfim começar.
o espectador-carrasco tinha diante de si duas pessoas nuas, deitadas de costas, um instrumento de corte semelhante a um serrote e algumas toalhas.
principiou a mutilar os artistas-vítimas, alternadamente, começando por decepar os membros posteriores e passando depois para as mãos, em cortes de cerca de 15 centímetros de perna ou braço de cada vez.
como clientes de um talho escolhendo a carne, os artistas-vítimas apontavam a zona onde pretendiam que o carrasco fizesse a próxima amputação: "aqui, se faz favor".
por vezes tornava-se necessário limpar o instrumento de corte do sangue acumulado, servindo-se para isso das toalhas à disposição.
o sangue não esguichava em grandes jorros, como nos filmes gore; era como a cortar um órgão esponjoso, e o sangue acumulava-se nas zonas de corte.
de quando em vez o espectador-carrasco perguntava aos artistas-vítimas se se sentiam bem: a resposta era afirmativa, eles tinham a atitude vagamante sofredora mas conformada de alguém que se presta a um pequeno sacrifício em prol de algo maior, como os que ficam dias seguidos agarrados a um carro num centro comercial, sabendo que o último ficará com ele.
o carrasco-espectador mantinha-se impassível, com uma frieza clínica, mas depois do quarto ou quinto corte, tomou consciência da dor que estava a infligir aos artistas-vítimas. e despertou, inquieto.
6 Comments:
Quem te mandou a ti teres ido ver "O Código Da Vinci"?...
E se te disser que não li o livro nem vi o filme?
realmente, há pessoal que não percebe nada deste mundo, nem sabe o que é que anda cá a fazer!
Então não se vê logo que isto tem tudo a ver com Brecht em Santa Joana dos matadouros!?
Balha-me deus e o Diabo!!!!
primeiro fizeste mal em nao ter lido o livro porque ler é sempre importante quanto mais não seja para podermos criticar.
Quanto ao texto só me ocorre:
Este fio corta carne e osso
mariapernilla@yahoo.com
Já tivemos este mail, mas ninguém nos ligou peva! Por isso, somos indie... por contingência. É só low-profilices...
Quem nao despertaria com uma cena dessas.
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