21 de maio de 2006

Saudade!

Desta vez foste tu!
Desapareceste sem deixar rasto.
Mas deixaste memórias, odores e sabores
da tua Índia combatente, dura, Juvenil.
Voltaste são e salvo, viveste, construíste,
trabalhaste no guindaste elevado, perto do cais.

Na tua companhia, aqueles cigarros, míseros
trechos de felicidade que nos atiram para a lenta
agonia duma morte cruel. Foram eles que te mataram.
Mas tu eras a força, a humildade, o sorriso diáfano
perante as agruras da vida.

Eras tanto pra mim, que ainda hoje, te nomeio presente!
Num presente ausente, mas numa presença constante
e imorredoira, numa fiel fronteira dos sentidos,
num algoritmo de paixões, marés e navios de felicidade.

O que importa é sempre a vida, o recordar e sorrir,
o precipitar-se no cerne dos acontecimentos,
encontrar-se, encontrando outras vidas.

O que fica, são abraços, carinho e aquelas
horas vividas intensamente com prazer!
Obrigado sejas, pelo que nos legaste.

(à memória do meu tio)

1 Comments:

Blogger Aladdin Sane usou da palavra

Tudo o que se possa dizer soa a redundância e a frase feita. As perdas custam a superar (e por vezes a aceitar), mas o tempo acaba por amortecer a sensação de vazio e angústia. Importante mesmo é conservar na memória o que de bom nos trouxeram aqueles que deixaram de estar connosco. É ranger os dentes e regressar à tona.

27 maio, 2006 19:56  

Enviar um comentário

<< Home