25 de maio de 2006

Cansaço dos sentidos

Estou exausto!
Preso a um mal que não sei decifrar, a uma teia de acontecimentos intermináveis.
O meu corpo suspira por um olhar terno, uma fraterna imagem de fealdade.
Os destinos estão corrompidos
e as ideias já não moram aqui,
na floresta de enganos dos dias carcomidos
Na insone memória dos corações apagados

Presto homenagem aos possantes cavalos selvagens,
plenos de vigor, utopia, marcha apressada
e um porte inimitável, fulgurante cavalgada
do deserto, músculos e sangue
na tarde ruborescente

Aliviei o cansaço em notas breves,
despedidas fugazes, pouco que dizer,
saudade, nenhuma.
O meu mundo foi apenas
o escutar muito e sentir tudo!

Descansei ao sétimo dia,
após forçada e longa viagem.
Dormi, repousei os meus cascos
num lugar ermo, confortável.
Só o sonho fazia a convulsão
da memória dos sentidos.

2 Comments:

Blogger vareta usou da palavra

E eu queixo-me basicamente do mesmo. Sem desprimor para o que escreveste (e muito bem), eu até estou cá desconfiado que padeço do mesmo mal da Senhora Dona Maria Elisa. É um cansaço, pá; é um falta de vontade de trabalhar que nem vos passa pelo sentido... E explicar isto a um médico japonês? E dizer-lhe que quero ter baixa? Acham que o macaco percebe? Tá quieto!, é o percebes! De maneiras que lá me vou arrastando até ao dia em que as meninges se me arrebentem, jorrando liquídos putrefactos e pus em todas as direcções...
Cá p'ra mim, isto tem duas explicações possíveis: ou é derivado aos nervos, como quase todos os achaques dos portugueses, ou é a maldição de Campo de Besteiros, terra onde me fiz uno com a Igreja de Cristo e onde nunca mais voltei.
À cautela, vão dois ben-u-ron's de estalo.

26 maio, 2006 09:19  
Anonymous Anónimo usou da palavra

Já dizia a canção:
- Estou velho, doi-me o joelho,
doi-me a parte interna da barriga, que fadiga, o que é que eu faço?
Escolho o baço ou o almoço?"

26 maio, 2006 14:10  

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