Memórias de um Corpo
Primavera dos destroços
noite gélida, carcomida
Os humanos não suspendem o olhar
na margem viva da alegria
Insinuações do infinito
plácidos plátanos
correntes concorrentes
rasgam rugosas recordações
Doença, lassidão dos sentidos
Calma na tarde quente dos
afectos molhados
Suores frios, termodinâmica
dos sentidos
Amplitudes vasoconstritoras
do nosso coração
E a mão, que desenhava
grossos lábios, torturas
ao entardecer
Os tubérculos percorrem-te
os alvéolos pulmonares
É a tosse do infinito,
a decadência do espírito:
Jazem abandonadas velhas
preces rumorejantes
e um silêncio indecifrável
Diamantes lapidam
olhares ternos, fugidios
Anatomias variadas
de percursos tracejados
a carvão
Estás cansado!
Na implosão das estrelas
revês o teu corpo
imagético, abandonado
Sublimas-te nas paixões
etéreas, no animal que há em ti
na amordaçada fera
que, ensimesmada
dá festas ao seu leito frio
Acordas na orla dos sonhos
que tecem flamejantes odores
de uma vida vivida, plena de emoções!
noite gélida, carcomida
Os humanos não suspendem o olhar
na margem viva da alegria
Insinuações do infinito
plácidos plátanos
correntes concorrentes
rasgam rugosas recordações
Doença, lassidão dos sentidos
Calma na tarde quente dos
afectos molhados
Suores frios, termodinâmica
dos sentidos
Amplitudes vasoconstritoras
do nosso coração
E a mão, que desenhava
grossos lábios, torturas
ao entardecer
Os tubérculos percorrem-te
os alvéolos pulmonares
É a tosse do infinito,
a decadência do espírito:
Jazem abandonadas velhas
preces rumorejantes
e um silêncio indecifrável
Diamantes lapidam
olhares ternos, fugidios
Anatomias variadas
de percursos tracejados
a carvão
Estás cansado!
Na implosão das estrelas
revês o teu corpo
imagético, abandonado
Sublimas-te nas paixões
etéreas, no animal que há em ti
na amordaçada fera
que, ensimesmada
dá festas ao seu leito frio
Acordas na orla dos sonhos
que tecem flamejantes odores
de uma vida vivida, plena de emoções!
6 Comments:
Este é um espaço muito versátil. Muito bem.
É versátil, volátil, dúctil e por vezes fracturante. Aqui há basculamento, mantos de carreamento, aqui há pranto e ranger de dentes, há a sarça ardente que nos cospe os mandamentos. Andamento, andamento!
E um belo poema! Traduz ma noite parece me muito agitada!
man, tens que me apresentar a daama
Essa da sarça fez-me lembrar o Ruy Belo, esse sim, grande poeta. A Margem da alegria é um desmesurado poema de todos nós. A ler, ou a ouvir com imensíssima atenção, em CD, dito por Luís Miguel Cintra e Luís Madureira. Boas leituras e boas audições.
Eh Lecas!
;)
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