10 de janeiro de 2012

O meu corpo cheira a alfarroba

Cheira a alfarroba o meu corpo
Debaixo dos meus braços há
o perfume do Sul, há o sol dos
amantes solitários e o sal do
mar nos teus lábios gretados

Tenho o odor da perenidade
um barulho de fundo na memória
as mãos nuas na raiz profunda
e o meu corpo anicha-se na
árvore de Pitágoras e por lá
observo a lua cheia solitária

Cheira a alfarroba o meu corpo
e perambulo esse perfume nas
falésias da sagacidade criadora
Estou pronto a voar agora
nos secretos desejos báquicos.